ATA DA
NONAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 04.11.1996.
Aos quatro dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e noventa e
seis, reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella,
Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Dilamar Machado, Edi Morelli, Elói
Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá,
Henrique Fontana, Isaac Ainhorn, João Dib, João Motta, João Verle, Jocelin
Azambuja, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Maria do
Rosário, Mário Fraga, Milton Zuanazzi, Nereu D’Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo
Leal, Pedro Ruas, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Wilton Araújo. Constatada a
existência de “quórum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e
determinou que fosse distribuídas em avulsos cópias da Ata da Octogésima
Terceira Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo
Vereador Antonio Hohlfeldt, 01 Emenda de Líder nº 01 ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 7/95 (Processo nº 1013/95); pelo Senhor Prefeito
Municipal, 02 Projetos de Lei do Executivo nºs 63 e 64/96 (processos nºs 2777 e
2778/96); pelo Vereador Jocelin Azambuja, 01 Substitutivo nº 01 ao Projeto de
Resolução nº 44/95 (Processo nº 2392/95); pelo Vereador Wilton Araújo, 01
Emenda nº 02 ao Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 139/94
(Processo nº 2351/94). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 469/96, do Senhor
Paulo Vidal, Deputado Estadual/RS e 1870/96, do Deputado Federal Mendes Ribeiro
Filho, Chefe da Casa Civil do Estado/RS. Telegramas: da Senhora Maria Beatriz
Gomes da Silva, Secretária Substituta da Educação do Estado/RS; do Senhor
Carlos Appel, Secretário da Cultura do Estado/RS; do Senhor José Fernando Cirne
Lima Eichenberg, Secretário da Justiça e da Segurança do Estado/RS; do Senhor
Odair Campos da Silva, Chefe de Gabinete da Secretaria da Justiça e da
Segurança do Estado/RS; da Senhora Iara Sílvia Lucas Wortmann, Secretária da
Educação do Estado/RS. A seguir, nos termos do Artigo 100 da Lei Orgânica
Municipal, TRIBUNA POPULAR, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor
André Cristiano Alves Fortes, representante da União das Associação de
Moradores de Porto Alegre - UAMPA, que discorreu sobre a reformulação do Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano e a participação popular nesta discussão. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Negrinho reiterou solicitação para que a
Administração Municipal solucione os problemas que vêm ocorrendo nas vias de
acesso à Avenida Tronco. O Vereador Raul Carrion comentou o tema da Tribuna
Popular, discorrendo sobre as iniciativas do movimento popular em relação à
reformulação do Plano Diretor. O Vereador Lauro Hagemann, referindo-se ao tema
da Tribuna Popular, apontou alguns problemas existentes no Projeto do Executivo
que trata do Plano Diretor. O Vereador Antonio Hohlfeldt reafirmou a sua
preocupação com a alteração do Plano Diretor, especialmente no que se refere a
extinção da área rural do Município. O Vereador Henrique Fontana considera que
o debate sobre o Plano Diretor precisa ser aprofundado, envolvendo os Poderes
Legislativo, Executivo e a comunidade porto-alegrense. O Vereador Airto
Ferronato disse que o Código Tributário permite que, assim que os equipamentos
urbanos sejam instalados, será possível a transformação de área rural em
urbana. O Vereador Dilamar Machado elogiou o pronunciamento do representante da
UAMPA, salientando que a participação popular busca na discussão do Plano
Diretor os direitos rejeitados pela classe dominante. Às quinze horas e três
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quinze horas e cinco minutos. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª
Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 160/96 e o Projeto de Lei do
Executivo nº 62/96, este último discutido pelos Vereadores João Dib e Antonio
Hohlfeldt; em 2ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 04/96; em 3ª
Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 156/96, este discutido pelo Vereador
Raul Carrion, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 17/96, o Projeto
de Lei do Executivo nº 58/96, discutido pelo Vereador Artur Zanella e o Projeto
de Lei do Executivo nº 61/96. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER o Vereador João Dib
criticou a Administração Popular pelo atraso no repasse de verbas do Sistema
Único de Saúde. O Vereador Edi Morelli censurou a Secretaria Municipal de
Transportes pela sinalização indevida existente na Avenida do Trabalhador. Em
continuidade, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Luiz Braz e João Dib, em Votação Nominal solicitada pelo Vereador
Edi Morelli, foi aprovado Requerimento do Vereador Henrique Fontana solicitando
a inversão na apreciação da matéria constante nesta Ordem do Dia, passando-se
imediatamente aos Requerimentos, por treze Votos SIM, onze NÃO e duas
ABSTENÇÕES, votando Sim os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói
Guimarães, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana,
João Dib, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Milton Zuanazzi,
Não os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Dilamar Machado, Edi
Morelli, Jocelin Azambuja, Luiz Braz, Mário Fraga, Nereu D’Ávila, Raul Carrion,
Reginaldo Pujol, Wilton Araújo e optando pela Abstenção os Vereadores Artur
Zanella e Pedro Américo Leal. A seguir, foi rejeitado o Requerimento do
Vereador Henrique Fontana, solicitando regime de urgência e seja submetido à
reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça, Economia, Finanças e
Orçamento, Urbanização, Transportes e Habitação, o Projeto de Lei do Executivo
nº 62/96, em Votação Nominal solicitada pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, por
doze Votos SIM e dezesseis NÃO, VOTANDO Sim os Vereadores Clovis Ilgenfritz,
Décio Schauren, Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique
Fontana, João Motta, João Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Milton Zuanazzi e
Não os Vereadores Airto Ferronato, Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella, Dilamar
Machado, Edi Morelli, Fernando Záchia, João Dib, Jocelin Azambuja, Luiz Braz,
Luiz Negrinho, Mário Fraga, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul Carrion,
Reginaldo Pujol e Wilton Araújo. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento
do Vereador Henrique Fontana, que solicita regime de urgência e seja submetido
à reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça, Economia, Finanças
e Orçamento, Urbanização, Transportes e Habitação e Educação, Cultura e
Esportes, o Projeto de Lei do Executivo nº 59/96, em Verificação de Votação
solicitada pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, por vinte e um votos SIM e oito
NÃO, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clovis
Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol,
Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Dib, João Motta, João
Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Milton Zuanazzi,
Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol e Não os Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Dilamar Machado, Edi Morelli, Jocelin Azambuja, Mário Fraga, Nereu
D’Ávila, Paulo Brum e Wilton Araújo. Em continuidade foi aprovado o
requerimento do Vereador Henrique Fontana que solicita regime de urgência e
seja submetido à reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça,
Economia, Finanças e Orçamento, Urbanização, Transportes e Habitação, Saúde e
Meio Ambiente, o Projeto de Lei do Executivo nº 60/96, em Votação Nominal
Solicitada pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, por vinte e dois Votos SIM e sete
NÃO, votando Sim os Vereadores Airto Ferronato, Artur Zanella, Clovis
Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Giovani Gregol,
Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Dib, João Motta, João
Verle, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Luiz Negrinho, Milton Zuanazzi,
Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, e Não os
Vereadores Antonio Hohlfeldt, Dilamar Machado, Edi Morelli, Jocelin Azambuja,
Mário Fraga, Nereu D’Ávila e Wilton Araújo. A seguir, foi aprovado o
Requerimento do Vereador José Valdir que solicita a retirada de tramitação do
Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 01/96. Em continuidade, foi aprovado
Requerimento nº 188/96, do Vereador Luiz Braz, solicitando seja o Grande
Expediente do dia dezoito de novembro, destinado a homenagear a “Semana da
Umbanda”. A seguir, os trabalhos foram regimentalmente suspensos às dezesseis
horas e quarenta e quatro minutos, sendo reabertos às dezesseis horas e
quarenta e sete minutos. Em continuidade, foi aprovado Requerimento nº 187/96,
do Vereador Nereu D’Ávila, solicitando seja o Grande Expediente da Sessão do
dia quatro de dezembro próximo, destinado a homenagear o Lions Clube Passo
D’Areia. Em prosseguimento, o Requerimento do Vereador Guilherme Barbosa
adendado pelo Vereador Artur Zanella, solicitando a inversão na ordem de
votação da matéria constante na Ordem do Dia, em Votação Nominal solicitada
pelo Senhor Presidente, obteve dez Votos SIM, e três NÃO e uma ABSTENÇÃO,
votando Sim os Vereadores Clovis Ilgenfritz, Décio Schauren, Elói Guimarães,
Giovani Gregol, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Henrique Fontana, João Verle,
Pedro Ruas, Raul Carrion, Não os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Artur Zanella,
Jocelin Azambuja e optando pela abstenção o Vereador João Dib, votação está
declarada nula por inexistência de “quórum”. Às dezessete horas e vinte e sete
minutos, o Senhor Presidente declarou encerrados os Trabalhos, convocando os
Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Edi
Morelli, Mário Fraga e secretariados pelos Vereadores Fernando Záchia, Mário
Fraga, Jocelin Azambuja e Guilherme Barbosa, estes três últimos como
Secretários “ad hoc”. Do que eu, Fernando Záchia, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será
assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
ERRATA
ATA DA NONAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 04.11.1996.
Após o registro do pronunciamento do Vereador Edi Morelli, em
Comunicação de Líder, inclua-se: “(...)Na ocasião, respondendo a Questões de
Ordem dos Vereadores Raul Carrion e Antonio Hohlfeldt, o Senhor Presidente
prestou informações acerca de reunião a ser marcada pela Mesa Diretora com o
Colégio de Líderes, para encaminhamento de questões relacionadas ao Plano Diretor
de Desenvolvimento Urbano de Porto Alegre. Ainda, o Vereador Raul Carrion
formulou Questão de Ordem relativa à solicitação feita anteriormente, de cópia
de documentação da Companhia Riograndense de Telecomunicações, relativa à
possibilidade de venda dessa Companhia, e o Vereador João Dib formulou Questão
de Ordem referente às respostas do Executivo Municipal a questionamentos deste
Legislativo quanto ao orçamento municipal(...)”. Também, onde se lê “(...)Em
continuidade, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Luiz Braz e João Dib, em Votação Nominal solicitada pelo Vereador
Edi Morelli, foi aprovado Requerimento do Vereador Henrique Fontana solicitando
a inversão na apreciação da matéria constante nesta Ordem do Dia, passando-se
imediatamente aos Requerimentos, por treze Votos SIM, onze NÃO e duas
ABSTENÇÕES, votando Sim os Vereadores(...)”, leia-se “(...)Em continuidade,
constatada a existência de “quórum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Foi aprovado
Requerimento verbal do Vereador Henrique Fontana, solicitando alteração da
ordem de votação da matéria a ser apreciada, passando-se à votação dos
Requerimentos, por treze Votos SIM, onze NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser
encaminhado à votação pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Luiz Braz, João Dib e
Henrique Fontana, em votação nominal solicitada pelo Vereador Edi Morelli,
votam Sim os Vereadores...
- Durante a
Ordem do Dia, após o registro da votação do Requerimento de urgência para o
Projeto de Lei do Executivo nº 62/96, inclua-se: “(...)Foi apregoado
Requerimento solicitando, por indicação da Comissão de Educação e Cultura, que,
nos termos do artigo 35, inciso XIV, §§ 1º, 2º e 3º do Regimento, a funcionária
Maria Rosalinda Dorigon represente esta Casa no Conselho Municipal dos Direitos
da Mulher, o qual foi retirado da pauta de votação, por decisão do Senhor
Presidente, e encaminhado à Procuradoria da Casa para manifestação sobre a
legalidade da indicação referida. Na ocasião, respondendo a Questões de Ordem
dos Vereadores João Dib, Dilamar Machado, Jocelin Azambuja, Raul Carrion,
Helena Bonumá, Reginaldo Pujol e Nereu D’Ávila, o Senhor Presidente prestou
informações acerca da legalidade e da tramitação do Requerimento acima
referido. Também, os trabalhos estiveram suspensos das dezesseis horas e
quarenta e quatro minutos às dezesseis horas e quarenta e sete minutos, nos
termos regimentais. Após, foi apregoado Requerimento da Vereadora Helena
Bonumá, solicitando que seja tornado sem efeito Requerimento de sua autoria, de
Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia dezoito de outubro do
corrente, e solicitando Licença para Tratamento de Saúde para esse dia, o qual,
após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Raul Carrion e Reginaldo Pujol,
foi retirado da Pauta de votação, por decisão do Senhor Presidente, sendo
encaminhado à Procuradoria da Casa para manifestação quanto ao assunto. Na
oportunidade, o Senhor Presidente, respondendo a Questões de Ordem dos
Vereadores Dilamar Machado, Edi Morelli, João Dib, Reginaldo Pujol, Antonio
Hohlfeltd e Wilton Araújo, prestou esclarecimentos acerca do Requerimento da
Vereadora Helena Bonumá, acima referido(...)”
O SR.
PRESIDENTE (Edi Morelli): Passamos à
TRIBUNA POPULAR
O Sr. André Cristiano Alves Fortes,
representando a UAMPA - União das Associações dos Moradores de Porto Alegre -
está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. ANDRÉ
CRISTIANO ALVES FORTES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, agradecemos a presença das
comunidades que vêm discutindo conosco há bastante tempo a participação do
movimento comunitário neste processo, que consideramos dos mais importantes a
ocorrer em nossa cidade, exatamente o que trata da reformulação do Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental. A reivindicação da UAMPA que trazemos,
através de um pedido da utilização da Tribuna Popular, como de hábito atendido
por esta Casa, é precisamente uma preocupação que a nossa entidade tem e que
tem sido objeto de uma série de discussões, debates, diversos deles
desenvolvidos dentro do departamento de habitação de nossa entidade. Muitas
discussões foram feitas dentro da nossa própria diretoria e a grande maioria
das discussões foram feitas, exatamente, dentro das comunidades que terão, ou
não terão, contempladas as suas reivindicações, as regularizações das suas
moradias naqueles processos e naqueles casos em que há uma dependência direta
da reformulação do Plano Diretor e na forma com que ela seja realizada e na
direção na qual ela se encaminha.
O que a nossa entidade traz, precisamente, neste
momento, é a reivindicação de que a UAMPA e todas as suas entidades filiadas
tenham a participação garantida na discussão que haverá nesta Casa a respeito
do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano. Por que essa nossa reivindicação?
Em primeiro lugar porque o Capítulo III, art. 214 da LOM prevê e garante a
participação das entidades, de caráter municipal, nesse processo junto com o
Poder Executivo e o Poder Legislativo. Com base na Lei Orgânica do Município,
Capítulo III, art. 214. Em 2º lugar - e esse para nós é o mais importante,
porque em relação a esse processo todo, a nossa entidade tem uma grande
preocupação, em 1989 quando esta Casa elaborou a Lei Orgânica do Município de
Porto Alegre, o Regimento daquele período fazia a previsão da necessidade de se
criar - e foi constituído naquele momento - um fórum de entidades. Entendemos
ter colaborado e muito para que a Lei Orgânica fosse elaborada da forma com que
foi e a contento das necessidades do conjunto da população da Cidade.
Naquele processo todo, foram aprovadas - e
hoje são artigos da Lei Orgânica e são parte componente da Lei Orgânica da
nossa Cidade - uma série de leis que apontavam, fundamentalmente, para o
encaminhamento da reforma urbana dentro de Porto Alegre. E uma reforma urbana
que atendesse, basicamente, às demandas e às necessidades sociais da população
de baixa renda e dos trabalhadores desta Cidade. E é exatamente este extrato da
sociedade porto-alegrense que a nossa entidade tem o orgulho de representar e
dele trazer as reivindicações neste momento.
Alguns exemplos, Ver. Edi Morelli, do que foi
aprovado naquele período: a Lei Orgânica de 1989 apontou para a necessidade de
o município cobrar a função social da propriedade dentro de Porto Alegre para
que se pudesse verificar os vazios urbanos e, assim, o Poder Executivo tomar as
medidas necessárias para que essas terras fossem colocadas à disposição da
população de baixa renda ou que esses proprietários destinassem seis meses para
uma determinada função, utilização daquela área, sob pena de passarem a pagar o
imposto progressivo no tempo. Até hoje em Porto Alegre quantos vazios urbanos
foram apontados? Sobre quantos foi cobrado esse imposto? Nessa matéria da
cobrança da função social da propriedade, nós que enfrentamos dia a dia e
encaminhamos essa demanda dentro do Município, ouvimos permanentemente - aqui
há dezenas de comunidades representadas - uma resposta: o município, assim como
o estado e o governo federal não dispõem de áreas. Mas existem áreas vazias que
não cumprem nenhuma função, mas também não verificamos uma cobrança necessária
e devida, do Poder Executivo, sobre essas áreas que poderiam ser trazidas e
colocadas à disposição e fazer parte do processo de encaminhamento da reforma
urbana dentro da Cidade.
Quantas comunidades foram contempladas com a
concessão do Direito Real de Uso? O Banco de Terras do município, onde está?
Como nós vamos reformular um Plano Diretor sem, sequer, ter identificado quais
são as áreas que irão fazer parte do Banco de Terras dentro da Cidade de Porto Alegre?
Todas essas matérias, essas leis - aqui nós citamos apenas algumas - aprovadas,
discutidas, reivindicadas por aquele movimento popular naquele período e
atendidas por esta Casa, com raríssimas exceções, não foram colocadas em
prática.
O nosso entendimento, a visão de nossa
entidade é de que precisamente com a reformulação ou com a elaboração da Lei
Orgânica em 1989, com a aplicação das leis e dos dispositivos, colocados dentro
da legislação da cidade que encaminhava a reforma urbana, no sentido de atender
as necessidades da população de baixa renda, a implementação e a aplicação
dessas leis por parte do Executivo é que determinariam a necessidade de se
fazer a reforma do Plano Diretor e a espécie de reforma que seria feita, porque
teremos a nova realidade dentro do Município, teremos as áreas objeto da
reforma urbana identificadas, e não temos isso hoje. Já se passaram sete anos
da elaboração da Lei Orgânica e não temos isso.
Nós vemos o Plano Diretor como uma lei
complementar, ela deveria vir a complementar aquilo que foi aprovado e
encaminhado em 1989 e do que não houve aplicação. Nós temos acompanhado as
discussões, temos a participação das entidades filiadas, da nossa própria
Direção dentro das discussões que têm sido feitas a respeito da elaboração do
anteprojeto de reforma do Plano Diretor e isto gera muitas preocupações.
Consideramos que, frente a esta situação, com
a aprovação das leis, tínhamos uma previsão de como se daria o processo de
reformulação do Plano Diretor, acreditando, naquele período, que tudo que foi
elaborado e aprovado e faz parte da Lei Orgânica da Cidade, e discutido entre o
Parlamento, com o movimento popular e Executivo seria implementado e traria
para a nossa Cidade uma nova realidade que também pautaria a reforma do Plano Diretor.
Infelizmente, hoje, sabemos sequer quais são
os vazios urbanos existentes na Cidade, nem mesmo isso foi buscado,
identificado, apontado, não há uma ação neste sentido.
O Legislativo, no nosso ponto de vista,
naquele período cumpriu a sua função, uniu o Poder Executivo, de vez que lhe
permitiu agir com relação a esta realidade: buscar a reforma urbana com aquele
caráter, com aquele sentido que reivindicávamos, discutíamos - e elaboramos a
Lei Orgânica em 1989, conjuntamente com a Câmara de Vereadores.
A nossa entidade, Ver. Isaac Ainhorn, quer,
mesmo que de uma forma tardia, participar dessa discussão, da reformulação do
Plano Diretor, trazer novamente essa discussão e preservar, dentro da
reformulação do Plano Diretor, todas as questões que são preocupação da UAMPA e
das suas 367 associações de moradores filiadas.
Para finalizar, esperamos poder dar
continuidade a esta discussão que é polêmica, bastante difícil, mas que é
necessária. Para nós é necessário que seja realizada entre os Vereadores, o
Poder Executivo e o movimento popular. Reafirmamos a reivindicação de que à
nossa entidade, a UAMPA, seja garantida, conforme prevê o art. 214, do Capítulo
III, da Lei Orgânica Municipal, a participação em todo o processo, desde a
formulação de como se vai dar essa discussão, no ano que vem, quando sabemos
que vai-se dar com maior intensidade este debate aqui na Casa.
Essa é a nossa reivindicação e temos a
expectativa de, mais uma vez, como já é costumeiro, termos o nosso pedido
atendido por esta Câmara Municipal, da qual não temos absolutamente nada a
reclamar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Luiz Negrinho está com a palavra em tempo de Liderança.
O SR. LUIZ
NEGRINHO:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Presidente da UAMPA, nosso companheiro André
Fortes, este Vereador tem a mesma posição e entende que, mesmo que tardia a
participação da UAMPA neste processo do Plano Diretor, vai ser muito
importante.
Mas, o que me traz aqui é que mais uma vez
constato o descaso da administração pública e observo algumas incoerências. Até
quando um Vereador vem a esta tribuna e denuncia, alguns Vereadores, - e não
são todos, diga-se a verdade - do PT ficam dizendo algumas gracinhas. E é quase
sempre assim. Eu, numa oportunidade, vim a esta tribuna e mostrei algumas fotos
tiradas no dia 19.10.96, na Avenida Tronco. Coloquei aqui nesta tribuna a
dificuldade que existe para o trânsito na principal via de ligação da grande
Cruzeiro e mostrei as fotos da denúncia, da necessidade da duplicação da Av.
Tronco, entre a Dona Malvina e a Francisco Macena Vieira. E, num dia de semana,
vi maquinário, vi caminhões e fiquei até feliz, porque entendi que, pela
primeira vez, a Administração Popular ia atender a uma reivindicação de um
Vereador que não era da Administração Popular e viria à tribuna para dizer
isso. Mas, no sábado, eu tive uma grande decepção.
Existe um riacho ao longo da Avenida Tronco,
está aqui, estou mostrando, e quando vi o maquinário, caminhões, eu achei que
era para solucionar o problema, porque eu vi canos de 60 mm lá, mas me enganei
redondamente e fui tirar novas fotografias para ver e para mostrar que quando
viemos a esta Tribuna é para dizer a verdade, está documentado: um acesso muito
pequeno, de mais ou menos um metro. Alargaram e fizeram uma avenida em frente
da vila? Não. Fizeram em frente do Jardim Europa, onde há casas e pessoas que
não necessitam dessa pavimentação. Está provado, estou trazendo aqui.
Onde está a coerência? Eu já chamei aqueles
companheiros do Orçamento Participativo da grande Cruzeiro de incompetentes
porque eu não acredito que eles tenham aprovado essa pavimentação e não
aprovaram o alargamento da Avenida Tronco. Esta é a verdade. Está aqui
registrado, duas pavimentações. Por que não o alargamento da Avenida Tronco e
por que essa pavimentação de 2,20m aqui? Esses 2,20m poderiam ser muito bem
aplicados na Av. Tronco e não foram. Por que não fizeram? Por que o Ver. Luiz
Negrinho sobe à tribuna e só critica? O Ver. Luiz Negrinho também vem elogiar a
Administração Popular, mas essas incoerências não podemos administrar, não
podemos entender e essa aqui também não dá, porque já procurei, mas fizeram.
Outra incoerência, no “Correio do Povo” de
31.10.96, pág. 8: “Prefeitura festeja Dia da Criança.” Fecharam várias ruas da
Cidade para num dia apenas fazer uma festa de criança. Eu não sou contra, mas
desde que assumi neste Câmara venho pedindo para transformar um trajeto do
Bairro Cristal numa Rua de Recreio.
Quando venho a esta tribuna, alguns
Vereadores ficam dizendo gracinhas, parece que não levamos a sério o nosso
trabalho e eu o levo muito a sério. Tirei algumas fotos e estou mostrando-as
para todos verem. É uma rua de recreio, porque as crianças passam o tempo todo
brincando, mas os carros - como está mostrado aqui - não dão sossego a essas
crianças e um dia desses quase aconteceu uma tragédia, mas um senhor impediu
que a criança fosse atropelada.
Esta é a Administração Popular. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O Ver. Raul Carrion está com a palavra para
uma Comunicação de Liderança.
O SR. RAUL
CARRION:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Como Presidente do Conselho Deliberativo da UAMPA - União de
Associações de Moradores - é uma satisfação, no dia de hoje, em nome da Bancada
Comunista, trazer essa saudação e algumas opiniões sobre o pronunciamento
veemente, firme e coerente do Presidente da nossa Entidade.
Quero dizer, em primeiro lugar, que a UAMPA não está chegando só agora na discussão do
Plano Diretor, como alguns pensam. A UAMPA há muito vem acompanhando essa
discussão. Recentemente, tive a oportunidade de acompanhar uma Comissão da
UAMPA que, junto com outras entidades reivindicou uma sala, aqui na Câmara, -
acredito que já está instalada - para trabalhar em cima do Plano Diretor.
Quero dizer que, de nossa parte, desde que a
questão do Plano Diretor se colocou, manifestamos, desta tribuna, uma grande
preocupação em que se dê, nesta Casa, uma ampla discussão com a sociedade
organizada. Muitos dizem que há três anos já vem-se discutindo, que tudo está
feito, que somente cabe a esta Casa “assinar embaixo”. Não penso assim. Entendo
que foi um processo importante que o Executivo fez, de discussão com setores da
sociedade: mas a verdadeira discussão com a sociedade organizada está-se
iniciando agora nesta Casa, onde a pluralidade de opiniões se manifesta e onde
se tem condições de a sociedade organizada conhecer os prós e os contras, as
questões polêmicas e de manifestar-se.
Propus uma Comissão Especial, formada por
todas as Lideranças da Casa, com esse objetivo; infelizmente a maioria entendeu
pela não concretização dessa Comissão. Optou por uma comissão formada pela Mesa
Diretora e pelas Lideranças. Essa comissão já está formada, é preciso
agilizá-la, abrir os seus trabalhos para a coletividade. Até agora,
infelizmente, isso não ocorreu.
Sabemos, também, do empenho da UAMPA em
solicitar a reativação do Fórum Municipal de Entidades - o mesmo Fórum previsto
no Regimento desta Casa nos artigos 232, 233 e 234 - que atuou na Lei Orgânica
com grande eficiência.
No entender do PC do B o Plano Diretor
precisa fazer um enfrentamento à monopolização da terra no Município de Porto
Alegre. E impossível a solução do problema habitacional, urbano, e geral, sem
enfrentar o monopólio da terra nas mãos dos grandes especuladores: 100 pessoas
em Porto Alegre detêm 25% da área urbana da Cidade; enquanto isso, cerca de 300
mil pessoas ocupam, em vilas irregulares, somente 2% da área! Vou repetir,
porque parece mentira: 100 pessoas, 25% da área urbana de Porto Alegre; 300 mil
pessoas, 2% da área urbana de Porto Alegre.
Um Plano Diretor que não enfrente esse
problema, é como tratar câncer com aspirina. Mais do que isso, é preciso que se
enfrente a questão de incluir no Plano Diretor os grandes avanços que esta Casa
teve na elaboração da Lei Orgânica, no referente à questão urbana; os avanços
conquistados por esta Casa na sua legislação complementar e ordinária.
Concluo, saudando, mais uma vez, a presença
da UAMPA e colocando a Bancada do PC do B à disposição da UAMPA e do conjunto
das comunidades que se fazem representar pelas Lideranças que aqui abrilhantam
a Sessão de hoje. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Lauro Hagemann está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. LAURO
HAGEMANN: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, é pertinente e elogiável a preocupação da UAMPA
em vir a esta Casa ocupando o espaço da Tribuna Popular, colocando a sua
preocupação com a discussão da reformulação do Plano Diretor de Porto Alegre.
É verdade que esse assunto já vem merecendo a
atenção da Cidade há algum tempo. A UAMPA tem participado do processo, e agora
se abre na Casa uma nova etapa de discussão. É pertinente a preocupação da
UAMPA, porque o que veio a esta Casa é o Projeto do Executivo. No nosso
entendimento, esse Projeto é discutível, porque numa primeira visão já se pode
inferir a questão do solo criado que foi relegada a um plano secundário no
Projeto do Executivo; foram aumentados os índices construtivos em detrimento do
solo criado. O que representa o solo criado, principalmente para essa população
que está aqui hoje? É a fonte de novos recursos para implementar
infra-estrutura em áreas da Cidade que são, justamente, ocupadas por essas 300
mil pessoas que habitam a periferia. Então, só isso é objeto ou será objeto de
uma ampla discussão.
Quero tranqüilizar o André e a UAMPA, porque
no final da semana passada já foi encaminhado a esta Casa o processo de
reativação do Fórum das Entidades, do qual a UAMPA é parte integrante. E incito
a todos e à UAMPA para que promovam o mais depressa possível a reorganização
desse fórum que foi de extrema utilidade quando se discutiu aqui a Lei
Orgânica. É a população mais necessitada de Porto Alegre que está incluída
nesse fórum de entidades e depende dessa pressão a continuidade dos trabalhos
que vão além do Plano Diretor.
Por isso, gostaria de dizer a todos que não
esperem do Plano Diretor uma panacéia que cure todos os males. O Plano Diretor
é apenas uma orientação, mas vai ter que se continuar, depois dele, a
implementação do que for ali decidido. Esse é o trabalho da sociedade civil
organizada, vamos ter a disposição e essa necessidade de termos conosco as
entidades populares alertando e fazendo pressão, para que não prevaleçam os
interesses de grupos que possam vir a prejudicar a globalização da Cidade. A
Cidade não é propriedade de uns poucos, a sociedade é para todos os cidadãos e,
posso falar com a consciência tranqüila, porque contribuí para isso, nós estamos
procurando legislar para a maioria da Cidade.
Entendam que o Plano Diretor é apenas um
pedaço desse processo. Particularmente ele deve ser permanentemente vigiado e
cobrado e a implementação, do que vier a ser estabelecido no Plano Diretor, é
que é a grande função desta Casa e da sociedade civil organizada. Por isso
louvo mais uma vez a preocupação da UAMPA em participar desse processo. Logo, a
partir do ano que vem, quando se reinstalarem os trabalhos da Câmara, numa nova
Legislatura, vamos ter essa preocupação, esse objetivo e esse desafio de
transformar Porto Alegre numa cidade viável para os milhões de habitantes que
vão morar aqui pelo ano 2.000 afora. Nós não veremos isso, mas nossos filhos,
netos e descendentes vão nos cobrar isso, todos nós temos essa
responsabilidade. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores e muito especialmente, representantes e
companheiros da UAMPA. Quero dizer que saúdo com muita alegria a presença da
União da Associação dos Moradores de Porto Alegre nesta Casa, até porque fui,
provavelmente, um dos primeiros Vereadores que levantou a voz, externando a
imensa preocupação em torno do Projeto de Lei Enviado a esta Casa por parte da
Prefeitura Municipal. Externei preocupação porque, no meu entendimento, um dos
principais elementos que constituem o Projeto, que é o fim da área rural da
cidade e a extensão de área urbana a todo o território Municipal de Porto
Alegre, é exatamente uma espécie de bomba de ação, nem tão retardada, contra
todos vocês, contra todos os moradores de vilas e todos aqueles que morem em
zonas que, hoje, por serem áreas rurais, não pagam IPTU. Pela proposta da atual
administração do Partido dos Trabalhadores, a partir da aprovação da Lei.
Imediatamente terão o ônus do pagamento do IPTU que, como vocês sabem, é
repassado pelos proprietários a quem aluga o imóvel ou que vai onerar àqueles
que, com imenso sacrifício, conseguem comprar um pedacinho de terra para botar
em cima dele sua casinha, às vezes, enfrentando, inclusive, loteamentos
clandestinos ou irregulares, depois passando, por vezes, mais de uma década
brigando para poder conseguir ali colocar a água, esgoto, iluminação, linha de
ônibus e por aí afora.
Talvez essa seja a maior agressão que o Plano
Diretor, tal como está proposto pela Administração Popular, faz à população de
baixa renda desta Cidade. Porque, de fato, eu não falo de discurso, eu falo de
texto de lei, que já examinei - vamos, ao acabar com a área rural de Porto
Alegre, iniciar um movimento de expulsão das pessoas de baixa renda do
município de Porto Alegre para esse eixo da chamada Grande Porto Alegre, a
região metropolitana.
O segundo dado que me preocupa, companheiros
da UAMPA, muito especialmente, André, seu representante aqui, é o fato de que
quando vi o tipo de texto que estava apresentado, propus às Lideranças da Casa
e ao Presidente, Ver. Isaac Ainhorn, um modo especial de análise e de debate de
votação posterior desse Projeto. Em parte vi atendido esse meu pleito, no
sentido de que, por bom senso, o Projeto não seja votado neste ano, e fique
como tarefa dos próximos Vereadores. Mas, em parte houve um retrocesso da Casa
no sentido de desistir da idéia de um Projeto de Resolução para criar um rito
especial em tudo semelhante àquele pelo qual tramitou aqui anos atrás, a Lei
Orgânica do Município.
Quero repetir aos companheiros da UAMPA o que
disse naquela reunião, e que naquele momento pareceu que teria apoio, embora
depois tenha perdido esse apoio dentro de um Parecer da Auditoria, que ainda
não pude ler por escrito: se de um lado
nós temos a Lei Orgânica, que é o que regula jurídica e institucionalmente a
Cidade de Porto Alegre, de outro temos a Lei do Plano Diretor, que é o que
regula formalmente as atividades e todo o planejamento da Cidade. As duas Leis
nesse sentido se equivalem. Portanto, as duas Leis, nesse sentido, devem ter o
mesmo tipo de tratamento e o mesmo tipo de tramitação, o que equivocadamente o
Regimento da Casa não prevê, mas que ainda está em tempo de ser corrigido. E é
nesse sentido que eu entendo que devemos marchar. Mas havia uma saída
provisória, que era um Projeto de Resolução, pelo qual nós criaríamos uma espécie
de colégio de Líderes junto com a Mesa, para conduzir esses debates. A minha
preocupação foi ratificada na quinta-feira à tarde quando tivemos a exposição
dos técnicos, que cada Bancada e cada Comissão Permanente da Casa contratou e
indicou.
O
Plano realmente é um monstrengo tal como se encontra. Um monstrengo jurídico, um monstrengo legislativo e, sobretudo, cria
uma cidade monstrenga. Por isso é fundamental que, dentre outros, com
participação da UAMPA, possamos de fato abrir essa verdadeira caixa preta que é
a nova proposta do Plano Diretor e discuti-la abertamente. Acho que até mesmo a
Bancada do Governo vai, urgentemente, repensar no eventual apoio à proposta que
chegou a esta Casa. Era isso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
O Ver.
Henrique Fontana está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. HENRIQUE
FONTANA:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr. André Fortes, Presidente da UAMPA,
Senhoras e Senhores que acompanham o nosso debate nesta tarde aqui na Câmara.
Primeiro, gostaria de dizer, em nome da
Bancada do Partido dos Trabalhadores, que também entendemos que o debate em
torno do Plano Diretor e das eventuais alterações que vamos votar nesta Casa
deve levar em conta os interesses populares, e, portanto, deve levar em conta
um debate o quanto mais amplo possível, envolvendo o maior número de opiniões,
interesses, pessoas, etc. De fato, é um Projeto que mexe com a Cidade e é um
Projeto que, muitas vezes, como está escrito, termina determinando
interpretações equivocadas.
Vim a esta tribuna para contestar uma só
questão colocada pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, que é o início de um debate, mas
que é para dar uma idéia para V. Exas. de como se pode confundir quando não se
busca informação aprofundada sobre um determinado tema. Confesso que sou
aprendiz em termos de Plano Diretor e suas alterações e me preocupei, porque
ouvi o Ver. Antonio Hohlfeldt, já pela segunda vez, dizendo que um dos absurdos
e um dos monstrengos da proposta de alteração do Plano Diretor é terminar com
as chamadas zonas rurais e que isso terminaria desconstituindo o potencial de
produção rural do Município, e que abriria terreno para uma especulação
desenfreada da área do Município, que toda a área seria de ocupação urbana. E
confesso, e digo aqui com toda a clareza e toda a humildade, que eu estou
aprendendo sobre este tema, mas busquei algumas informações. A primeira delas:
a alteração da área rural para urbana é uma alteração que visa única e
exclusivamente a permitir ao Município um gerenciamento sobre estas áreas, que
hoje o Município não tem condições de gerenciar. O Ver. Antonio Hohlfeldt
coloca-me em aparte anti-regimental que seria para eu contar outra piada. E
prefiro dizer não, continuarei debatendo com o Vereador colocando as minhas
convicções, algumas certas, outras erradas, e do debate vou retirar a minha
conclusão e a minha convicção de como votar.
Um dos grandes dramas desta Cidade é que mais
de 90% dos loteamentos dito irregulares são loteamentos que foram constituídos
em áreas rurais. Enquanto essas áreas permanecerem rurais, nós teremos
dificuldade em regularizá-las e esse é um drama importante de uma grande
parcela da população de baixa renda da Cidade, que está em loteamentos ditos
irregulares não porque quisessem, mas porque foram empurradas para esses
loteamentos, sendo a única alternativa para constituir a sua moradia própria.
Então, nós temos uma obrigação de buscar uma legislação que permita a essas
pessoas terem o seu terreno regularizado para que elas possam livremente, como
faz qualquer outra pessoa que está em outra área de espaço urbano,
eventualmente, negociar o seu terreno. Outra questão: se a área é rural não é
permitido levar as melhorias urbanas para essas áreas, que são irregulares e,
portanto, se não conseguimos regularizá-las não temos como levar as melhorias
urbanas, que seriam a rede de infra-estrutura, o calçamento, a água, a luz e
outras medidas. É bem verdade que há uma lei específica que garante o direito à
água em qualquer lugar para os moradores. Então, a alteração em torno da
chamada área rural passando para área rural urbana visa a esta possibilidade.
Ela não visa a que toda área rural da cidade seja usada para uma ocupação
desenfreada. Aliás, o que determina o grau de ocupação de uma área são outras
variáveis. O Plano Diretor é quem determina isso.
Fico impressionado porque o Ver. Antonio
Hohlfeldt chegou a usar um conceito definitivo, que isso seria um monstrengo.
Eu tenho uma visão de que isso é uma medida importantíssima para facilitar a
regularização da condição de moradias de milhares de famílias que moram na área
rural, em áreas que já foram transformadas em urbanas. Temos que debater
bastante, porque a nossa visão é bastante diferente da do Ver. Antonio
Hohlfeldt e continuaremos fazendo este debate progressivamente.
Gostaria de dizer para o Ver. Antonio
Hohlfeldt que, neste momento, não tenho todas as respostas que o Vereador tem,
porque um mal do qual não sofro é o mal de me considerar o dono da verdade. Vou
atrás dos dados, vou estudando e estou na tribuna para dizer que o susto que o
Ver. Antonio Hohlfeldt está tentando dar na Cidade não tem procedência por
enquanto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO
FERRONATO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu estava acompanhando o debate e me sentia
basicamente confortado por tudo o que aqui foi dito, mas, a partir dos últimos
pronunciamentos, entendi que seria importante falar em nome da minha Bancada -
o PMBD - neste ato.
Em primeiro lugar, eu gostaria de falar sobre
a nossa área rural. Sou filho de colonos e considero um tanto complicado
transformarmos toda a área rural em área urbana. O Ver. Henrique Fontana falava
que é necessária a transformação em área urbana para a implantação dos
equipamentos. A lei tributária afirma que é permitido e possível colocar os
equipamentos em áreas rurais, que se transformariam, aos poucos, em áreas
urbanas.
Há um Projeto de minha autoria tramitando
aqui na Câmara - que praticamente não foi debatido, até porque não foi sequer
divulgado pela imprensa - determinando que o IPTU de área que seja utilizada
como área rural, apesar de ser urbana, pagaria um imposto mais ou menos
equivalente ao da área rural. Isso significa que é possível sim implementar um
IPTU - receita para o Município de Porto Alegre - dentro de parâmetros
razoáveis de pagamento dessas áreas, beneficiando e incentivando a agricultura
aqui no Município.
Por outro lado, também é necessário e
indispensável que se busquem alternativas para se ampliar as possibilidades de
moradias para a nossa Cidade, expandindo-se, cada vez mais, a Cidade. Até
porque um dos maiores problemas que a Cidade tem, dentre tantos, é a questão da
moradia e habitação popular.
Com relação ao Plano Diretor, eu sempre disse
que era importante que nós, desta Legislatura, viéssemos a votá-lo, só que a
partir do momento em que há discussões na Cidade, em que há pontos que a
população aprova e pontos em que há uma rejeição forte por parte das entidades
e da nossa sociedade, acredito que é importante que se faça um debate longo
aqui na Câmara, até para não votarmos açodadamente e corrermos alguns riscos,
eis que a aprovação deste Plano trará modificações substanciais - deverá trazer
- à nossa Cidade; daí a importância da presença da UAMPA, da presença de todos
os senhores e as senhoras no sentido de que haja uma mobilização por parte da
nossa Cidade, e de que desta mobilização venha a haver uma discussão ampla para
que se vote sabendo o que se está votando, entendo que é isso que a nossa
sociedade quer. Daí porque eu entendia positiva aquela formação de uma comissão
diferente, a proposta do Ver. Antonio Hohlfeldt. Se fizermos uma comissão, como
as Comissões funcionam regularmente aqui na Câmara, de acordo com o que diz o
Regimento, elas se encerram em 60 dias; sendo assim, significa que teríamos que
sair correndo e em 60 dias concluir os trabalhos. Numa Comissão Especial vai
haver a possibilidade de uma participação maior de toda a sociedade neste nosso
debate. Acreditamos na importância da participação e presença da UAMPA, através
de suas entidades, na discussão deste tema que é, um dos mais importantes
destes últimos tempos aqui na Câmara Municipal.
Estamos aqui fazendo o nosso registro,
saudando os presentes e dizendo que a Câmara vai debater com toda a seriedade e
ouvirá os segmentes da sociedade para que se vote o melhor para a Cidade. Para
mim, o melhor para a Cidade é o atendimento, em primeiríssimo plano, aos mais
necessitados. Porto Alegre precisa ter coragem e arrojo no sentido de buscar
alternativas, especialmente na área de habitação popular que carece de mais
atenção. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Dilamar Machado está com a palavra pelo PDT.
O SR. DILAMAR
MACHADO:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, prezado Presidente da UAMPA André Fortes. Na
elaboração da Lei Orgânica desta Cidade tive a honra de participar como Relator
do processo de sistematização da própria Lei Orgânica. Hoje, eu vejo duas vitórias
daquele trabalho realizado no início de 1990. Primeiro, a própria Tribuna
Popular. Eu diria que, ao longo desses anos, Ver. Antonio Hohlfeldt, raras
vezes a Tribuna Popular foi tão bem utilizada como hoje pelo Presidente da
UAMPA. Ele veio aqui de forma séria, honesta, concreta e objetiva e mais do que
isso, Ver. Lauro Hagemann, o jovem André teve a capacidade de trazer para esta
Casa o que há de mais representativo da vontade popular da Cidade: a nossa
população. Eu não diria que esta é a população necessitada de Porto Alegre,
pois não dou este rótulo a essas pessoas. Está aqui a população que pensa, que
vive, que sofre e que tem os seus direitos permanentemente rejeitados pela
classe dominante. Uma razão, Presidente André Fortes que tenho para dizer é que
embora por decisão do povo de Porto Alegre - que respeito, e até admiro - não
retorno na próxima Legislatura, encerro neste ano a minha participação nesta
Casa como Vereador. No entanto, vou continuar vivendo nesta Cidade, trabalhando
nesta cidade, terminando de criar meus filhos, vivendo Porto Alegre e a sua
população.
Ver. Antonio Hohlfeldt, há uma razão até mais
grave - os monstrengos, a que V. Exa. se refere -, para que a UAMPA venha para
dentro desta Casa e participe da discussão do Plano Diretor. Há pouco tempo foi
publicado um editorial no jornal Zero Hora que dizia o seguinte: “Está pronto o
novo Plano Diretor”. É impossível que algum Vereador de Porto Alegre tenha a
coragem de votar contra esse Plano, mas por que será? Por que a UAMPA quer vir aqui
para dentro? Para aprovar o Plano que veio pronto? Ou para alterar o Plano que
veio pronto? Eu diria, Presidente André, que essa população esclarecida,
população de luta, sofrida, é verdade, até possa vir aqui dizer: “Nós
discutimos isso que está no Plano, isso nos interessa”, mas essa Emenda não
interessa, porque não diz respeito ao povo de Porto Alegre e sim a pequenas e
bem definidas parcelas da população desta Cidade que estão perdendo o trem da
história, que estão se apossando de tudo nesta Cidade: da honra, da ética, da
verdade, das terras da Cidade e esquecem o resto da população. Acho que
enquanto os Parlamentos não se abrirem definitivamente - esta Casa é um exemplo
vivo de que se abriu para a população através da Tribuna Popular, através da Lei
Orgânica, através das emendas populares. Através dos projetos populares -,
enquanto não houver essa abertura nos Parlamentos, continuaremos em direção a
um caminho extremamente perigoso.
A história da humanidade nos mostra
escancaradamente que os povos que perderam o caminho dos seus representantes
acabam fazendo o seu próprio caminho com suas próprias mãos. Não é crível não é
aceitável, Ver. Antonio Hohlfeldt, que nós políticos, homens públicos
continuemos assistindo à degradação do povo brasileiro, do povo gaúcho, do povo
de Porto Alegre. São desempregados na sua grande maioria, sem ter onde morar,
sem escolas para seus filhos, sem hospital, sem saúde, sem perspectiva de vida.
No dia em que o povo perder a esperança, perde-se tudo.
Por isso quero deixar aos companheiros
Vereadores que aqui vão permanecer, não digo um conselho, porque não tenho
grandes conhecimentos para dar conselhos a ninguém, mas um exemplo de vida que
eu assumi quando comecei a pensar que eu era gente e podia fazer algo pelas
outras pessoas. Abram as portas de seus corações para a população desta Cidade;
uma população que pode errar, às vezes, quando escolhe os seus representantes,
mas erra com direito de errar. Ninguém é santo, ninguém aqui é divino; são
pessoas e pessoas erram e acertam. O povo quando erra, erra querendo acertar.
Por isso, quero deixar a todos e à UAMPA a minha solidariedade e o faço em nome
da Bancada do PDT, por delegação do Líder Nereu D’Ávila. O PDT, que aqui vai
ficar com quatro de seus representantes, por certo será um aliado da UAMPA e de
toda a organização popular, para que esses monstrengos sejam alterados para
leis que abram caminho e protejam a todos: ricos, pobres, possuidores,
despossuídos, enfim, pessoas que vivem em Porto Alegre.
Uma cidade existe não por seus asfaltos, suas
ruas, seus monumentos e suas avenidas. Ela existe por suas pessoas e a essas
pessoas eu dedico o meu trabalho como Vereador e a minha torcida como cidadão,
para que Porto Alegre seja cada vez mais uma cidade efetivamente alegre. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mário Fraga): Nós agradecemos a presença do companheiro André. Temos certeza de que o
trabalho que está fazendo à frente da UAMPA tem deixado excelentes resultados,
e este Vereador é testemunha. Os trabalhos estão suspensos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h03min.)
O SR.
PRESIDENTE (às 15h05 min.): Estão reabertos os trabalhos.
Passamos à
PAUTA -
DISCUSSÃO PRELIMINAR
1ª SESSÃO
PROC. 2690/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 160/96, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que altera a
redação dos incisos III e V do art. 2º da Lei nº 4629, de 23 de novembro de
1979, e dá outras providências. (preço do quilômetro rodado nos serviços de
táxis e táxis-lotação)
PROC. 2728/96 - PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 062/96, que autoriza o Executivo Municipal a abrir créditos suplementares no
valor de R$680.000,00, e dá outras providências.
2ª SESSÃO
PROC. 2575/96 - PROJETO DE
EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 004/96, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que acrescenta
o inciso XX ao Art. 94 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, e dá
outras providências. (Prazo do Pedido de Providências)
3ª SESSÃO
PROC. 2531/96 - PROJETO DE
LEI DO LEGISLATIVO Nº 156/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, que estabelece
condições para o pagamento, pela Administração Pública Municipal, a empresas
prestadoras de serviços.
PROC. 2543/96 - PROJETO DE
LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 017/96, de autoria do Ver. Raul Carrion, que altera
dispositivos da Lei Complementar nº 07/73, que institui e disciplina os
tributos de competência do Município.
PROC. 2627/96 - PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 058/96, que desafeta do uso comum do povo área de reserva oriunda de
loteamento, localizada na Rua Gabriel Mascarello, entre os nºs 25 e 65, de
propriedade do Município (Bairro Teresópolis).
PROC. 2662/96 - PROJETO DE
LEI DO EXECUTIVO Nº 061/96, que autoriza permuta de próprios municipais por imóveis de
particulares, na forma que dispõe. (sucessão de Gregório Kosciuk e Sérgio
Kosciuk)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. João Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, na Pauta, do dia de hoje, solicitação de Sua
Excelência o Sr. Prefeito Municipal de uma suplementação de verba de 680 mil
reais para publicidade.
O Partido dos Trabalhadores, em São Paulo,
entrou na justiça porque no primeiro semestre deste ano o Prefeito Paulo Maluf
gastou treze milhões e meio de reais em publicidade; e o Prefeito de Porto
Alegre gastou, no primeiro semestre deste ano, quatro milhões de reais em
publicidade, - a desproporção é flagrante - e agora está pedindo 17% daquilo
que já gastou para fazer a publicidade oficial. Mas esta publicidade oficial
também está incluindo na prestação de contas das ações da Prefeitura Municipal
de Porto Alegre. Isto não é publicidade oficial, mas propaganda oficial, isto
é, propaganda do Partido dos Trabalhadores, que esta Casa não deve permitir.
O Jornalista Pedro Osório não deu satisfação
à Comissão de Finanças desta Casa em relação às questões que foram formuladas,
para que se soubesse onde foram empregados os milhões de reais de publicidade,
de propaganda e de reclames da Prefeitura, pois não foi nada institucional, mas
sim de promoção para que as eleições acontecessem da forma como aconteceram.
Com isso gastaram todo dinheiro e até o dinheiro da publicidade oficial da
Secretaria do Governo. E não nos deu explicação, depois de prometer retornar à
Comissão de Finanças 15 dias após, e já se passaram 15, 15 e mais 15 e não veio
também. Que de resto acontece com as coisas do Executivo Municipal, que dizem
respeito ao Poder Executivo, que desrespeita o Poder Legislativo. Diferente
daquele pedido de suplementação para investimentos do Depto. de Limpeza Urbana,
que está na ordem de R$ 4 milhões e 565 mil e destes R$ 3 milhões e 400 mil
provêm de receitas do próprio DMLU, excesso de arrecadação, e redução de
despesas do Departamento, uma transferência da Administração Centralizada de
apenas R$ 665 mil. Menos do que a publicidade, que são R$ 680 mil.
O Prefeito, então, precisa explicar melhor
esta importância, pois a Exposição de Motivos é muito sucinta. Não sei quanto
vai custar o Diário Oficial, não sei onde foi empregado o dinheiro da
Secretaria do Governo para propaganda oficial. Se não houver isso, ele não terá
direito de pedir o que está pedindo agora, pois é um desrespeito do Poder
Executivo ao Poder Legislativo, desrespeito que, mais uma vez, se repete. Ele
interfere no Poder Legislativo em todas as coisas. Por exemplo, em dezembro do
ano passado foi dado aos servidores da Câmara Municipal um abono de 10% e, em
janeiro, 10%. Em dezembro, como interessava a Convocação Extraordinária e a
votação de Projetos do Executivo, não aconteceu nada. Em janeiro, numa
interferência direta, objetiva e antiética do Poder Executivo no Poder
Legislativo, não deixou pagar o segundo 10%. Então, mais uma vez ele vai ter
que explicar agora. Ele não nos respeitou na Comissão de Finanças e vai ter que
explicar agora, para levar os 680 mil, se é que ele vai conseguir. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a propósito do DMLU, que estava com um
Projeto de suplementação, infelizmente, em 3ª Sessão na sexta-feira passada, eu
iniciei uma série de comentários sobre o Orçamento de 1996 como um todo na sua
relação com 1995 e, sobretudo, com as suas projeções para 1997. A partir daí, o
gabinete do Ver. Fernando Záchia e o meu gabinete definimos um trabalho
conjunto que foi desenvolvido durante todo o final de semana e que resulta num
documento de 21 laudas que está sendo ultimado, neste momento, pelos nossos
gabinetes e que pretendemos distribuir - entre hoje e amanhã - à opinião pública
da Cidade de Porto Alegre, chamando a atenção sobre algumas coisas sobre o
Orçamento Municipal desta Cidade, este Orçamento, que é tão transparente, que
apela tão veementemente para a participação popular, mas que, por exemplo, Ver.
João Dib, no caso específico do DMLU, tudo que o Orçamento Participativo
conseguiu acompanhar e ver refletido nas despesas, no movimento final do DMLU é
de 0,41%. Ou seja, no DMLU, ao menos, o Orçamento Participativo não chegou. Em
compensação a administração direta está transferindo 52,1% de valores para a
cobertura das atividades do DMLU que não consegue produzir além de 46% daquilo
que necessita como renda própria através da chamada taxa de lixo. Mas há alguns
dados muito curiosos: o DMLU tem uma previsão de investimento para aquisição de
equipamentos, no ano que vem, de 100 mil reais, uma fábula de dinheiro, uma
fábula de dinheiro! Mas em compensação, tem, nas despesas correntes, um valor
fantástico de 22, 23 milhões e uma evidente terceirização que chega a mais de
50% da sua prestação de serviços. Dizia, há pouco, o Líder do PT, pedindo que
mantivéssemos um contato com o Sr. Diretor do DMLU, que tem urgência
urgentíssima em votar a suplementação do DMLU, porque tem que pagar a
COOTRAVIPA na sexta-feira. Para pagar a COOTRAVIPA eu quero ver nota, porque já
entrei em muito papo de que tinha data fixa para pagar acordo com o DMAE, para
fechar acordos do DMAE, que depois foram prorrogados por mais de um mês, quando
pedi aqui a Renovação de Votação do Projeto, e nem por isso deixaram de sair.
Em princípio, não acredito que seja para
pagar a COOTRAVIPA; acredito mais que seja para pagar a CORES, para pagar essas
duas ou três grandes empresas que, na verdade, são as que ganham o grosso do
dinheiro da terceirização do DMLU.
Quanto à suplementação da publicidade, vou
pelo caminho do Ver. João Dib, até por uma questão de coerência, sou parte da
CEFOR. Sou um dos que assinou o pedido de informações em nome da Comissão e sou
um dos que continua, literalmente, sentado, esperando que a Prefeitura nos
explique. Como é evidente que a administração gastou até setembro tudo o que
podia gastar num ano inteiro de publicidade e, talvez, mais alguma coisa,
então, é evidente que precisa suplementar agora. Agora, é evidente que nós
devemos descobrir onde foi gasto esse dinheiro. Parece-me que estamos chegando
numa interessante hora da verdade. De um lado, há necessidade de
suplementações; do DMLU não é pouca coisa, são quatro milhões de reais de
suplementação; na publicidade é um pouco menos, mas imagino que venha em
conta-gotas, até lá, somadas as gotas, quem sabe venha um balde de
suplementações em publicidade. Então, combinadas as suplementações com a
discussão do Orçamento de 97, eu vou provar aqui que a Administração falsificou
o Orçamento de 96 enviado a esta Casa, falsificou propositadamente, com
intenção de eleição. Acho que temos que prestar mais atenção no que estamos
votando aqui em termos de dinheiro.
Por enquanto vamos ficar aqui e vamos
continuar discutindo estas suplementações que estão chegando. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com
a palavra o Ver. Raul Carrion para discutir a Pauta.
O SR. RAUL
CARRION: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores; demais presentes nesta Sessão. Traz-me, no tempo
de Pauta, para usar a Tribuna, o PLL 156/96, que encaminhei a esta Casa. Este
Projeto estabelece, inicialmente, condições de pagamento pela Administração
Municipal às empresas prestadoras de serviço. E originalmente determinava a
suspensão desses pagamentos no caso de que as obrigações sociais e trabalhistas
- que estas empresas deveriam pagar aos seus empregados - não estivessem sendo
realizados.
A partir de algumas observações justas da
Procuradoria da Casa, nós encaminhamos um Substitutivo que modifica de forma
bastante radical o processo, procurando a perfeição. Tanto que a própria ementa
modifica-se para “aplicação de sanções administrativas e rescisão de contrato
pela Administração Pública Municipal às empresas prestadoras de serviço”.
O que pretendemos? Sabemos que a Administração
Municipal terceiriza, faz contratos com terceiros em grande número, em uma
série de atividades - inclusive, temos uma posição crítica a respeito disso.
Ocorre que muitas destas empresas são de empresários inescrupulosos,
“fantasmas”, que as criam e desaparecem; descontam de seus empregados o FGTS, o
INSS, e não depositam. E indiretamente, a Administração acaba enriquecendo
estes intermediários de mão-de-obra, pagando com dinheiro público estas
falcatruas.
O que pretendemos? A lei das licitações nº 8666/93,
ela permite nos seus artigos, a rescisão de contrato e as sanções
administrativas, em caso de as cláusulas contratuais não serem respeitadas.
Então, o que determinamos através do nosso Projeto? Que deverão constar, nas
licitações e nos contratos, cláusulas onde, no caso de a empresa prestadora de
serviços não cumprir as obrigações sociais e trabalhistas legais - e ela deve
comprovar de dois em dois meses o cumprimento - neste caso a Administração
poderá sucessivamente, alternativamente ou complementarmente, aplicar sanções
administrativas (que são elencadas lá: multas, etc.) ou, inclusive a rescisão
do contrato. Daí a força legal. Portanto não invadimos o âmbito da legislação
federal, a legislação federal admite isso e não nos limitamos a aplicar essas
normas no caso dos contratos entre a Prefeitura e as empresas de serviços.
Normas que são, inclusive uma exigência constitucional quanto aos direitos dos
trabalhadores.
Também incluímos a necessária comunicação ao
Ministério Público, no caso desse descumprimento. Então, haveriam sanções
administrativas ou a própria rescisão do contrato e a comunicação ao Ministério
do Trabalho, já que se constituem em crimes contra o Direito do Trabalho.
O que nós consideramos obrigações sociais e
trabalhistas? Consideramos obrigações sociais e trabalhistas os recolhimentos
do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço o recolhimento das contribuições
previdenciárias e os salários e parcelas incontroversas em caso de rescisão
contratual.
Entendemos que este é um Projeto de importante
conteúdo social, de defesa dos direitos dos trabalhadores, porque sabemos que
no Brasil muitas leis existem mas não são cumpridas.
Então, trata-se daquilo que, a nível
municipal, podemos dispor de sanções e responsabilizações em relação às licitações
de trabalhos de terceiros por parte da Prefeitura.
Esperamos que o estudo atento dos nobres
Colegas, as contribuições críticas - se houver incorreções entendemos que pelo
mérito, pelo conteúdo, façam-se Emendas que corrijam. Esperamos que até o final
desta Legislatura esta Casa dê um passo importante aprovando esta Lei de nossa
iniciativa. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Airto Ferronato está com a palavra. Desiste. O Ver. Artur Zanella está com
a palavra.
O SR. ARTUR ZANELLA:
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, em Pauta há uma série de Projetos e um deles
desafeta do uso comum do povo área de reserva oriunda de loteamento localizada
na rua Gabriel Mascarelo. Esta Casa tem recebido uma série de Projetos deste
tipo, desafetando áreas que, pelos Projetos originais, deveriam ser praças ou
escolas e que terminam sendo vendidas pela Prefeitura Municipal de Porto
Alegre. Isso, às vezes, causa problemas, e às vezes, não. Às vezes as pessoas
compram um terreno de frente para uma praça ou para uma escola. Eu próprio,
quando comprei o meu terreno, onde tenho a minha casa, ao lado tinha um terreno
que era uma área de escola. Na época, o prefeito Alceu Collares desafetou
aquela área e tinha um compromisso de vendê-la só para residências
unifamiliares, e foi vendida em lotes. Esses lotes foram englobados,
unificados, colocados em licitação e duas empresas ganharam. Uma 60% e outra
40%. Depois, essa empresa que tinha 60% comprou os 40% da outra e colocou lá um
edifício de 14 andares. Então, a pessoa que comprou um terreno ao lado de uma
escola, ou ao lado de uma praça, termina com a vizinhança de um prédio de 14
andares. Todos têm direito de morar numa rua boa como aquela, mas eu não
comprei assim, eu não reclamo, só conto a história.
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, isso fará
com que as casas que, provavelmente já estejam construídas lá, ou serão
construídas, passem, de clandestinas, para irregulares. É por isso que tenho um
Projeto de Lei - não quero que seja votado hoje - regularizando essas milhares
de residências e que, de uma forma ou de outra, conseguem passar da
clandestinidade para a irregularidade, mas, mesmo assim, não conseguem tirar o
“habite-se”, não conseguem o registro de imóveis e etc. Então, eu acho que esse
Projeto, provavelmente, seja um dos que deva ser aprovado.
Agora, parece-me que todo o santo dia aparece
esse tipo de Projeto e prejudica aqueles que, de boa fé, adquiriram seus
imóveis e são vizinhos dessas áreas. Também nós temos que saber o que será
feito disso aqui. Eu sei que vou perder novamente, o Ver. Lauro Hagemann fará
discursos aqui, vai ganhar, e aquela coisa toda. Mas o que a Prefeitura faz? Em
vez de dar para aqueles moradores a garantia de que eles podem comprar o seu
lote, faz as tais cessões de uso, concessões, Direito Real de Uso, que são
formas de manter o morador preso a vida inteira na Prefeitura.
Eu pensei que, depois de uma série de pessoas
que passaram pelo DEMHAB, esta fase já estivesse ultrapassada. A Prefeitura tem
que vender. A Prefeitura não faz isso, e a vida inteira aquelas famílias
continuam penduradas na Prefeitura, não conseguem registrar em seu nome, não
conseguem dar esses imóveis em garantia, fazem as casas sem a menor garantia de
que as terão para toda a vida. Então, eu creio que esse caso é justo e que,
efetivamente, têm vindo mais Projetos desafetando áreas e prejudicando os
moradores lá existentes. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Encerrada
a Pauta. A palavra com o Ver. João Dib em Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, hoje para mim é um dia de tristeza. Eu recebi um
Processo onde foi solicitada uma Comissão Externa para visitar o Secretário de
Estado da Agricultura, e me deram lições.
Em junho deste ano, moradores da Ilha da
Pintada e outros solicitaram aos Vereadores que comparecessem a um almoço onde
compareceram representantes da Fundação Zoobotânica. O pessoal do Delta do
Jacuí e alguns Vereadores, como o Ver. Elói Guimarães, o Ver, Pedro Américo
Leal, o Ver. Reginaldo Pujol, o Ver. Lauro Hagemann, este Vereador e se fez uma
solicitação para que o Secretário Estadual fosse visitar, já que a Fundação
Zoobotânica afirmava que não se podia usar o “jet-sky” naquela área. E aí um
douto parecer da Comissão de Educação diz: “Entendemos que o expediente a ser
usado é um Pedido de Providências, simplesmente.” E eu ter tanto tempo de
Câmara para aprender isso de uma Comissão de Educação do Município! Como eu vou
fazer um Pedido de Providências para o Governo do Estado? E a Comissão de Saúde
também disse, pelo Ver. Henrique Fontana, que a idéia é boa, mas que eu não
poderia colocar que é para não utilizar o “jet-sky”. De qualquer forma nós
vamos tentar solucionar o problema sem o apoio da Câmara Municipal que
representa todos os munícipes, inclusive os que andam de “jet-sky”.
Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, isso
não me preocupa muito, porque eu já estou acostumado a receber esse tipo de
coisa.
Agora, esta Prefeitura que gasta muito
dinheiro em publicidade, que tem a melhor máquina publicitária montada neste
País e que responde a todas as coisas, porque eu já dei entrevista e, dois
minutos depois, entrou a Prefeitura respondendo. Hoje, ouvi uma entrevista que
me deixou profundamente preocupado e fiquei ouvindo para ver se a Prefeitura
entrava no debate, porque ela tem gente paga só para ouvir as entrevistas e
responder em seguida. O Hospital Conceição entrou no debate, além de outras
entidades que não estavam lá, mas a Prefeitura não.
Quero que a Comissão de Saúde e a Comissão de
Finanças tomem imediatas providências para saber se este fato é verdadeiro: a
Prefeitura teria recebido dinheiro do SUS no dia quatro de outubro e somente o
repassou no dia vinte e oito de outubro, vinte e quatro dias depois, aumentando
sua enorme conta bancária, quem sabe, com uma taxa de 2% ao mês? O Prefeito tem
sessenta milhões aplicados lá e poderia ter pago os servidores municipais no
dia 28 de outubro, como presente pela dedicação desses homens e mulheres que
trabalham arduamente e ganham muito pouco. O Prefeito poderia, ainda, ter pago
parte do 13º salário a partir de julho, mas talvez ele faça o que o Prefeito
Olívio Dutra fez: pagou em novembro a segunda parcela do 13º. Dinheiro tem!
Agora, não entendo por que o dinheiro da
saúde ficou depositado nos cofres prefeiturais. Esse dinheiro é muito
importante, pois ele significa vidas. Depois criticavam a Santa Casa por que
ela não estaria atendendo em seus ambulatórios. Como vai atender se não tem
dinheiro?
E não vi contestação dessa informação pela Prefeitura,
a mesma Prefeitura que já contestou inocentes afirmações de Vereadores. O Dep.
Eliseu Santos denunciou, e a Prefeitura silenciou.
Acho que devemos chamar o Secretário da Saúde
e o Secretário da Fazenda para tomarmos as informações devidas. Fatos como esse
não podem se repetir nesta Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com
a palavra o Ver. Edi Morelli em Comunicação de Líder.
O SR. EDI
MORELLI: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, vim cobrar, mais uma vez, a criação do Banco de
Sangues Raros. Os Prefeitos eleitos não honram a palavra, o Prefeito Olívio
Dutra está devendo até hoje, desde 1989; o Pref. Tarso Genro, está no mesmo
caminho, orientou-me para fazer uma Emenda para abrir um crédito para criação
do Banco de Sangues Raros; fiz em 1995, para abrir o crédito em 1996, e
continuo esperando. Parece que o Executivo só faz o que interessa a eles. Não
há interesse nessa criação.
Dia 31 passado, assisti na TVCOM a entrevista
com o diretor da Polícia Rodoviária Estadual e o Chefe de Policiamento da
Capital; debatiam sobre as novas regras do trânsito, que vieram para valer,
acho que deviam ser mais severas ainda. Uma coisa não pode ser calada; não há
sincronia entre a SMT e a Brigada Militar.
Assistindo a esse programa telefonei e fiz a
pergunta, se era certa a velocidade máxima de 30 km, dando como exemplo a Av.
do Trabalhador, que a cada 100m tem uma placa onde diz que a velocidade máxima
é de 30 km. Como um ônibus e um automóvel vão andar a 30 km por hora na Avenida
do Trabalhador? Claro que não estou defendendo o excesso de velocidade. Há
incoerência, porque foi feita a pergunta e a resposta foi dada instantaneamente
pelo Cel. Comandante do Policiamento da Capital: “Cabe à SMT sinalizar e cabe a
nós cumprir a lei.” Ora, é brincadeira! Não sei qual foi a infeliz cabeça
dentro da SMT que colocou aquelas placas de velocidade máxima de 30 km por
hora, permitida na Av. do Trabalhador. Pergunto: se um ônibus que sai de um fim
de linha e vai até a Av. do Trabalhador, vai sair pela manhã e chegar à noite
no fim da linha a 30 km por hora, parando nas paradas? É a incoerência porque
75% acima da velocidade máxima permitida já se cassa a carteira de motorista.
Então, se o senhor colocar a quarta marcha no seu carro, será multado. Um carro
com cinco marchas para a frente não pode usar a quarta marcha nunca, a 30 km
por hora. Venho falando isso há dois anos, e tudo continua do mesmo jeito; já
fiz Pedidos de Informações à SMT, e até agora não foram respondidos. Aliás
também respondem quando lhes interessa, senão, fica por isso mesmo. O Executivo
é Deus, faz o que bem-entende e fica por isso mesmo, e faz a seu bel-prazer!
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. RAUL
CARRION (Questão de Ordem): Quero falar de duas questões: a primeira é que fiz
um Requerimento, já faz um bom tempo, solicitando que a Casa conseguisse junto
à CRT o Edital da entrega, da chamada venda da CRT para que esta Casa pudesse
examinar. A segunda questão diz respeito ao encaminhamento daquele debate do Plano
Diretor, que se estipulou que, ao não haver Comissão Externa, faríamos uma
discussão ampla, coordenada pela Mesa, junto as Lideranças.
O SR.
PRESIDENTE: Nós
estamos pensando em marcar, Ver. Raul Carrion, para dia 13 ou 14 de novembro.
O SR. RAUL
CARRION (Questão de Ordem): É porque exigiria um certo tempo para convocarmos de
forma exitosa, para que a correspondência chegasse, sugiro até uma reunião das
Lideranças.
O SR.
PRESIDENTE: Eu
gostaria de fazer no dia 13 de novembro, quarta-feira, um debate convocando
todos os segmentos e entidades comunitárias. Sendo definida a data, nós
começaríamos a agilizar o convite a entidades e definir a pauta e a forma de
encaminhamento da reunião. Será definida juntamente com a Mesa e as Lideranças
esta semana.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, tenho preocupação semelhante a do
Ver. Raul Carrion, porque na outra reunião em que fizemos a discussão com
Lideranças e Mesa, surgiu aquela alternativa de um Projeto de Resolução.
Posteriormente, V. Exa. me dizia que a Procuradoria da Casa entendeu que isso
poderia ter algum problema legal, mas na verdade a coisa ficou meio perdida,
pois na quinta-feira tivemos uma presença muito pequena de Vereadores. É
evidente que a Mesa não pode obrigar a presença de Vereadores, mas me parece
que mais do que marcar uma data para essa reunião, temos outras questões a
serem pensadas.
Então, o que queria urgir a V. Exa. é que, em
não havendo aquele Projeto de Resolução, que se mantivesse aquela idéia da Mesa
com as Lideranças, porque senão, me sentirei absolutamente desobrigado,
passando a trabalhar por minha conta.
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa vai desenvolver, a partir desta semana, um esforço coordenado e coletivo
com as Bancadas da Casa, inclusive convocará uma reunião para quarta-feira, às
11h da manhã para tratar do assunto.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT: Isso
não é óbice à marcação desta outra reunião, mas eu acho que temos mais coisa
para pensar.
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa define a data de 13 de novembro, trata-se de uma quarta-feira. Tendo em
vista a existência de um feriado, a Mesa marcou, um dia antes, uma reunião
ampla com todos os segmentos e a coordenação e a estrutura desta própria
reunião e os passos seguintes serão tratados em reunião da Mesa com as
Lideranças, quarta-feira, às 11horas.
O SR. RAUL
CARRION:
Sr. Presidente, gostaria de fazer uma sugestão. Amanhã, à tarde, está prevista
uma discussão onde será apresentado um CD com o Mapa Digital da Cidade. Então,
porque não aproveitar, amanhã à tarde - quando deveremos estar aqui, tratando
desta questão - para, ao encerrar esta exposição, reunir a Mesa e as Lideranças
para, o mais rápido possível, nós encaminharmos isso? Assim, não precisaremos
voltar na quarta-feira, pela manhã, e terça-feira, à tarde.
O SR. PRESIDENTE:
A exposição
está marcada para às 16h até as 16h30min.
O SR. RAUL
CARRION: Quem
sabe às 15 horas?
O SR.
PRESIDENTE: Este
Presidente já tem alguns compromissos oficiais marcados.
O SR. RAUL
CARRION: Então,
ficaria para quarta-feira, às 16 horas.
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa, inclusive, relembra aos Vereadores, novos Vereadores, funcionários que
estão trabalhando no Plano Diretor e demais interessados, que, amanhã, às 16
horas, tem a apresentação, no Plenário desta Casa, pela PROCEMPA, do Mapa
Digital.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT: Sr.
Presidente, vai haver aquela possibilidade de que as Bancadas venham a receber
o material?
O SR.
PRESIDENTE: Não
só as Bancadas, mas cada Vereador poderá solicitar a impressão do CD. Apenas
esta Presidência informa que precisa equipamento especial para acessar. Por
isso nós estaremos fazendo esta reunião para explicar a todos os Vereadores que
têm interesse os próprios mecanismos para acessar este CD digital. Rememorando
as datas: amanhã às 16 horas temos a apresentação do Mapa Digital da Cidade;
quarta-feira, às 11 horas, reunião da Mesa com as Bancadas e no dia 13 de
novembro, quarta-feira, é a data aprazada para a realização de uma ampla
apresentação à sociedade dos pontos polêmicos. Não é uma simples apresentação,
mas um debate sobre o Plano Diretor.
O SR. RAUL
CARRION:
Sobre a outra questão da CRT, qual a informação que a Presidência me daria?
O SR.
PRESIDENTE: Solicitaria
a V. Exa., independente das providências que eu possa tomar, porque isso já foi
encaminhado, que diligencie junto aos setores competentes da Casa e colabore
com esta Presidência. A Mesa tem interesse no desfecho.
O SR. JOÃO
DIB: Fiz um
pronunciamento em Comunicação de Líder e disse que a Prefeitura não havia
respondido à Comissão de Finanças uma série de quesitos formulados. Falei com o
jornalista Pedro Osório, que me informou que na semana passada encaminhou à
Presidência as respostas dos quesitos. Gostaria que a Comissão pudesse ter
acesso a esta cópia.
O SR.
PRESIDENTE:
Não me consta, até porque eu não estava na Presidência. Estava licenciado. Mas
como a Casa é uma instituição que transcende às pessoas, deve ter chegado pelo
Protocolo da Casa, como bem conhecem aqueles que cuidam do encaminhamento dos
documentos do Executivo até esta Casa. Devem ter entrado pelo Protocolo, o meio
legal de entrada de documentos, menos quando se trata de documentos maiores, e
comparece o Prefeito, e muitas vezes faz a solenidade formal de entrega do
documento ou de um Projeto diretamente à Presidência. Vamos diligenciar esse
assunto.
Solicito ao Sr. Secretário que faça a chamada
nominal para ingresso na Ordem do Dia.
O SR.
PRESIDENTE: Havendo
quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
O SR. HENRIQUE
FONTANA (Requerimento): Faço um Requerimento no sentido de que entrássemos primeiro na votação
dos Requerimentos e depois na votação dos Projetos que estão na Ordem do Dia.
O SR.
PRESIDENTE: Submeto
ao Plenário o Requerimento do Ver. Henrique Fontana no sentido de que houvesse
uma inversão dentro da Ordem do Dia, que votássemos em primeiro lugar os
Requerimentos e depois que fôssemos no normal.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Esclarecimento): V. Exa. podia nos informar se a matéria dos
Requerimentos é muito extensa? Na Sessão anterior já fizemos uma inversão para
limpar a Pauta no que diz respeito aos Requerimentos que se encontravam
aguardando decisão.
O SR.
PRESIDENTE: V.
Exa. solicitou uma informação a este Presidente. Se V. Exa. deseja que esta
Mesa responda a V. Exa. ela o fará, porque entende que versa sobre tema objeto;
se V. Exa. dispensa esta Presidência de responder, imediatamente colocará em
votação.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Excelência, se nós dispensássemos a Mesa não teríamos feito
Requerimento.
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa informa ao nobre e atento Ver. Reginaldo Pujol que existem três
Requerimentos firmados pelo Líder da Bancada do PT em que requer urgência para
três Projetos Autorizativos de créditos suplementares, além do que existe um do
Ver. José Valdir que pede a retirada de tramitação do PELO nº 01/96.
Temos também um Requerimento, de autoria do
Ver. Luiz Braz, solicitando um Grande Expediente destinado a homenagear a
Semana da Umbanda. Temos a votação da indicação do representante desta Casa do
Conselho Municipal de Direitos da Mulher, e um Requerimento da Vera. Helena
Bonumá, que solicita seja tornado sem efeito o Requerimento de Licença para
Tratamento de Interesses Particulares, do dia 18 de outubro, e requer Licença
para Tratamento de Saúde para aquele período.
São esses os Requerimentos a serem votados.
Imaginando que V. Exa. esteja suficientemente esclarecido e informado, de molde
a poder votar com clareza o Requerimento do Ver. Henrique Fontana, passamos a
palavra ao Ver. Antonio Hohlfeldt para encaminhar.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, no início da Sessão, o Ver. Henrique Fontana
pedia a mim e a outros Vereadores que mantivéssemos contatos com autoridades do
Governo Municipal no sentido de atender as eventuais dúvidas que tivéssemos
sobre Projetos de suplementação. Ao mesmo tempo, o Ver. Henrique Fontana entra
com três ou quatro Requerimentos de urgência urgentíssima - certamente é isso o
que está sendo pedido - e mais um Requerimento de inversão de Pauta. Tudo para
ser resolvido hoje. Ou trazem-se as pessoas para se conversar com calma ou não
se traz ninguém e se faz logo a tentativa de encaminhamento; não dá para fazer
as duas coisas ao mesmo tempo.
Os estudos que fizemos neste final de semana
sobre o Orçamento são suficientes, no caso do DMLU, pelo menos, para nos deixar
muito preocupados com relação à suplementação que não é pouca coisa, são 4
milhões de reais, para um orçamento alegado de 350 milhões, é mais do que 1%.
Ainda que hoje o Orçamento concretizado já esteja em mais de 550 milhões, é
quase 1%. Mas 1% é muito dinheiro, por outro lado temos esse Projeto da
publicidade que o Ver. João Dib, coerentemente, levanta, e como eu digo: há
sempre tempo para chegarmos na hora dos encontros, esta Casa continua
absolutamente ignorante de como foi gasto e quanto foi gasto em publicidade.
Quero dizer que, ao menos no que toca a este
Vereador, esta inversão, ao menos no dia de hoje, não vai ser concedida. De um
modo geral temos comentado entre nós que a Administração Popular consegue com
muita facilidade dobrar a Casa. Na prática, nos deixamos dobrar em todas as
Sessões, a todos os momentos, em todos os Requerimentos. Embora talvez sozinho,
este Vereador não vai aceitar essa troca e encaminha contrário, ao menos neste
momento. Se depois de conversar com o Diretor do DMLU - às vezes não tem tempo
de conversar conosco, mas teve tempo de vir a esta Casa hoje -, ele tiver nos
convencido de que realmente o pagamento é para a COOTRAVIPA e não é para a
CORES ou coisa parecida, e que a publicidade está dentro dos padrões e não está
tentando suplementar gastos adiantados, aí poderemos discutir com calma.
Acho que esta Casa tem oportunidades de fazer
debates objetivos sobre suplementações ou então vai continuar sendo, pura e
simplesmente, tratorada naquilo que é o veículo principal do “marketing”
político que permanentemente a Administração Popular realiza, que é a
publicidade, que são as suplementações. A decisão é do Plenário, mas no que
cabe ao PSDB vamos fazer aquilo que o PT cobra na Câmara Federal, no Senado, na
Assembléia Legislativa, mas que não faz aqui. Vamos devagar com o andor, vamos
fazer o debate com calma, e vamos, sobretudo, cumprir com a nossa função de
legisladores que somos, e também fiscalizadores da aplicação do dinheiro
público. Encaminho, hoje, contrário à inversão e até por uma questão de lisura
com o Ver. Henrique Fontana, contrário às urgências, até que possamos com o
Diretor do DMLU e com os responsáveis pela área de publicidade e, talvez,
também da FESC, pois temos uma suplementação sendo solicitada. Pessoalmente
tenho muita simpatia pela FESC e tenho informações do que seja a suplementação.
Agora, quanto à suplementação do DMLU, me assusta um pouco o valor proposto,
porque chega a 1% do Orçamento Municipal deste ano. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. AIRTO
FERRONATO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, gostaria de que a Mesa me informasse
a razão pela qual o Processo nº 1941/96 não se encontra para votação na Sessão
de hoje, tendo em vista que estava na sexta-feira.
O SR.
PRESIDENTE:
Vereador, este Processo realmente estava na Ordem do Dia de sexta-feira, porém
o Plenário votou um Requerimento adiando a sua discussão por três Sessões.
Pergunto aos Srs. Vereadores se mais alguma
Bancada deseja encaminhar a matéria. Com a palavra o Ver. Luiz Braz para
encaminhar.
O SR. LUIZ BRAZ:
Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, eu tenho também um Requerimento que seria até
beneficiado com esta inversão na ordem dos trabalhos, porque tenho receio de
que se nós iniciarmos a votação dos Projetos, talvez não tenhamos quórum
suficiente para chegar até o momento de votação dos Requerimentos. Mas eu me
curvaria a essa ordem natural de apreciação dos Processos aqui nesta Casa. Eu
deixaria este Requerimento que tenho hoje na Casa para ser votado numa outra
hora, num outro momento. Faria isso para que a Cidade não fosse prejudicada com
o atropelo por parte desta Câmara ao votar determinadas matérias sem ter o
absoluto conhecimento do que está votando.
Tinha declarado, antes, ao Diretor do DMLU,
que não tinha nenhum tipo de problema para votar a suplementação daquele
Departamento, mas vejo que o Ver. Antonio Hohlfeldt, quando veio a esta
tribuna, trouxe para dentro do Processo algumas dúvidas que, acredito, devem
ser dirimidas para que possamos votar esta suplementação com toda a consciência
possível. Já tinha dito ao nosso amigo Pedro Osório, que é da área de
comunicações da Prefeitura Municipal, que realmente tenho algumas restrições ao
montante que é gasto com propagandas dentro do Município de Porto Alegre. Por
isso, gostaria de fazer uma análise maior neste Projeto de suplementação que
ora tramita na Casa. Até não significa, Ver. Pedro Américo Leal, que estejamos
prontos a rejeitar, mas significa que temos que estar mais atentos na hora de
dar o sim ou de dar o não. Não podemos simplesmente ser atropelados, como já o
fomos em outros processos, e, de repente, votarmos apressadamente sem
conhecermos muito bem o texto que estamos votando, como aconteceu com o Código
de Saúde. Duvido que a maioria da Casa conheça o Código de Saúde que nós
votamos, porque tivemos que votar de uma hora para outra num momento em que
esta Casa estava atulhada de trabalho. Então, pediria à Bancada do Governo que
pudesse retirar esses Pedidos de Urgência para que não tivéssemos o
constrangimento de votarmos esse Pedido de Urgência, retirar esse Requerimento
de inversão na ordem dos trabalhos para que nós possamos votar tranqüilamente
os outros Projetos que aí estão e termos um tempo maior para analisar essas
suplementações. Só na área da propaganda nós temos 680 mil reais, que estão aí
para serem votados. E neste ano já foram gastos em propaganda 4 milhões de
reais, mais ou menos. E isso sem somarmos aquilo que foi empenhado no Orçamento
do ano passado, que foi executado neste ano eleitoral. Tudo legal, só que a
Cidade não precisa de tantas luzes assim como a propaganda quer colocar. Acho
que podemos analisar um pouco melhor esses processos que estão chegando agora
na Casa. Chegaram hoje; nós tomamos conhecimento agora dessas suplementações.
Já vamos aqui inverter a ordem dos trabalhos apenas para votar uma urgência,
para que na sexta-feira já estejamos votando o processo e já estejamos
aprovando essas suplementações, que, na verdade, não contribuem em nada para
que esta Cidade possa ser melhor. Acho que a consciência dos Vereadores, neste
momento, manda que seguremos um pouco esse processo, não para rejeitá-lo mas
para analisá-lo melhor. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, eu vou encaminhar o Requerimento do Ver. Henrique
Fontana favoravelmente. E o faço com a tranqüilidade de quem analisa a matéria
que está na Ordem do Dia e são 25 Projetos de Lei. Nós não votaremos os 25
Projetos de Lei toda esta semana e há Requerimentos que são importantes quando
se fala em suplementação de verbas, até porque aprendi quando estudei economia
política na Escola de Engenharia, que os recursos devem ser usados
criteriosamente porque o orçamento deve ser equilibrado e, se não puder ser
equilibrado, deve ser deficitário. Na Prefeitura, no ano passado, sobraram R$
10 milhões de seu Orçamento, para a tristeza deste Vereador e do meu Prof.
Antenor Wink, que faleceu no dia de ontem e a quem rendo minhas homenagens.
Portanto, não deveríamos discutir tanto
tempo; estamos, sim, perdendo tempo, em razão de 25 leis que devem ser
aprovadas ou rejeitadas, mas devem ser votadas, debatidas, discutidas e
encaminhadas. Existem algumas coisas com as quais não estou preocupado, se é
para CORES ou para a COOTRAVIPA, a
dívida deve ser paga.
Estamos no dia 04, temos 27 dias deste mês e
mais 15 de dezembro, que são 42 dias, até o término da Sessão Legislativa.
Temos o dever de acertar determinadas contas que estão pendentes, através de
empenho já realizado ou não. É claro que, se for pedido urgência para
publicidade, eu não votarei favoravelmente, porque quero que expliquem como
será divulgada a prestação de contas das ações da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre, mas que não sejam reclames, pois não é publicidade oficial. Os créditos
para a FESC e para a Limpeza Urbana me preocupam e esses devem ser encaminhados
e votados favoravelmente, pois os funcionários deverão receber seus salários e
seu 13º salário, não importa onde eles trabalham. Muito obrigado
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com
a palavra o Ver. Henrique Fontana para encaminhar.
O SR. HENRIQUE
FONTANA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, venho à tribuna em nome da Bancada do Partido dos
Trabalhadores para reforçar um só argumento. De fato, estamos pleiteando que a
Casa aprove o Requerimento para inverter a Ordem do Dia e que possamos avaliar,
votar, favorável ou não, três Requerimentos de urgência para tramitação desses
três Projetos que suplementam verbas, na área do DMLU, na área da FESC e na
área da Coordenadoria de Comunicação da Prefeitura.
Ora, é verdade que precisamos debater e
convencer os Vereadores, com argumentos, se é ou não necessário fazer essa
suplementação. O que nós estamos pleiteando neste momento é a inversão da Ordem
do Dia e a votação dessa urgência é exatamente para que nós possamos trazer
esses argumentos em tempo hábil e ter estes Projetos votados pela Câmara. Nós
precisamos reconhecer, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, do
Governo, nesta Casa, que, sim, é um atraso nosso. Seria melhor que esse Projeto
tivesse entrado com mais tempo dentro da Casa, para que os Vereadores tivessem
analisado mais devagar a situação. Nós reconhecemos essa falha, reconhecemos
esse erro, mas de fato estamos premidos por algumas questões. Vamos pegar um
dos exemplos, a área do DMLU: nós temos toda a prestação de serviços, está
vinculada. Digo ao Ver. Antonio Hohlfeldt, não é a questão se é a COOTRAVIPA ou
CORES mas há uma série de prestadores de serviços para o DMLU que estão
vinculados à aprovação destes Projetos para poderem receber em dias os seus
pagamentos.
Nós temos que fazer os debates, trazer os
esclarecimentos, mas o que nós estamos apelando é no sentido de que não é
possível que nós atrasemos isto, vamos fazer este debate de forma intensa. Nós
estamos, hoje, com os companheiros Secretários de cada uma das áreas à
disposição dos Vereadores para trazer esclarecimentos, dados agora. Nós não
estaríamos pedindo urgência, se não houvesse de fato uma grande urgência para
isso.
Então se reconhece, de um lado, que é preciso
ter esse recurso liberado e votada essa suplementação Orçamentária pela Câmara;
de outro, se reconhece que a Câmara tem o direito e quer saber para onde vai o
recurso, como foi gasto, etc. A nossa Bancada está neste Plenário para trazer
os esclarecimentos. Queremos sensibilizar o Ver. Luiz Braz, o Ver. Antonio
Hohlfeldt que intervieram antes de nós, que é preciso votar a urgência hoje,
porque, do contrário, não conseguiremos avaliar e votar o Projeto em tempo de
estes pagamentos serem feitos nas datas previstas, o que geraria um problema
sério para todos estes prestadores de serviços que estão de fato prestando
serviços importantes para o Município. Só insisto, como último argumento desta
tribuna, que o debate sobre os valores, para onde vão, para que vão ser usados,
nós temos mais de 48, 72 horas para trazer esclarecimentos. Agora, a
necessidade da urgência, hoje, ela é fundamental, senão não conseguiremos votar
até sexta-feira, que é uma data limite para pagar uma série de despesas que a
Prefeitura precisa pagar para estes prestadores que estão vinculados a estas
Secretarias para as quais estamos pedindo suplementação no dia de hoje. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação o Requerimento de auditoria do Ver. Henrique Fontana. A votação será
nominal por solicitação do Ver. Edi Morelli. (Após a chamada.) APROVADO por 13 votos SIM, 11 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.
Srs. Vereadores, iremos diretamente aos
Requerimentos.
Requerimento firmado pelo Ver. Henrique
Fontana, que solicita seja o PLE 62/96 considerado em regime de urgência e
submetido à Reunião Conjunta das Comissões. Em votação.
O SR. DILAMAR
MACHADO (Esclarecimento): Sr. Presidente, o Executivo pede uma suplementação no valor de 680 mil
reais. O esclarecimento que faço à Mesa é no sentido de informar aos Srs.
Vereadores: qual a destinação da verba a ser suplementada?
O SR.
PRESIDENTE: Sr.
Vereador, estou aguardando os autos para lhe dar uma informação precisa. Este
Presidente, neste momento, tem cópia desse Processo. A Ementa apenas diz:
“autoriza o Executivo Municipal a abrir crédito suplementar”. A Exposição de
Motivos informa que “tal crédito objetivo atender despesas de publicidade legal
- editais e Diário Oficial de Porto Alegre -, prestação de contas das ações da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre e campanha para o pagamento do IPTU”.
A Mesa acredita que V. Exa. esteja
suficientemente esclarecido para votar.
Estou colocando novamente em votação o
Requerimento. Frente a alguma confusão havida, já que não houve uma finalização
do processo de votação, vou voltar ao processo de votação.
Em votação o Requerimento. O Ver. Antonio
Hohlfeldt solicita votação nominal. (Após a chamada.) REJEITADO por 12 votos SIM,
16 votos NÃO.
Em votação o Requerimento, na forma do art.
35, inc. XIV, § 1º, 2º e 3º, que coloca em apreciação deste Plenário o nome da
funcionária Maria Rosalinda Dorigon para representar esta Casa no Conselho
Municipal dos Direitos da Mulher. A indicação foi feita pelo Presidente da
Comissão de Educação desta Casa.
O SR. JOÃO DIB
(Questão de Ordem): Minha dúvida é: um funcionário pode representar a Casa ou representa os
funcionários da Casa?
O SR.
PRESIDENTE: Diz
o § 2º, do art. 35, do Regimento: “O representante de que trata o parágrafo
anterior, poderá ser funcionário da Câmara que, notadamente, demonstre
interesse pelas questões objeto do Conselho para o qual foi designado”.
Aliás, este Vereador quer manifestar sua
posição pessoal, que não é a posição do Regimento. Acho que a Casa não deve
participar de Conselhos, mas todas as representações da Casa deveriam ser
feitas por Vereador. Mas isso é minha posição.
O art. 35 estabelece: “Compete às Comissões
Permanentes, em razão da matéria de sua competência, e às demais Comissões, no
que lhe for aplicável: (...) XIV - indicar o representante da Câmara no
Conselho Municipal referente a sua área de competência”.
Fica claro.
O SR. DILAMAR
MACHADO (Questão de Ordem): Quando o Regimento se refere a funcionário da Câmara
Municipal, sem levar em conta se a Câmara deve ou não ter representantes nesses
Conselhos, pergunto a V. Exa.: e funcionário do Executivo cedido para gabinete
de Vereador, para efeito desse artigo e desse parágrafo, é considerado
funcionário da Câmara Municipal?
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA (Questão de Ordem): Presto esclarecimentos à Mesa e ao Ver. Dilamar
Machado. O Regimento diz ‘poderá’, e essa palavra esclarece tudo. O Ver.
Dilamar Machado, como brilhante advogado que é, sabe bem o significado dessa palavra.
Nós já temos outros funcionários cedidos para esta Casa que nos representam em
outros Conselhos, como, por exemplo, a funcionária Vera que nos representa no
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. Tendo por base
esse exemplo e atendendo o pedido do Presidente de indicação de um nome,
indicamos o nome de uma funcionária que trabalha aqui na Casa há cerca de 9
anos, é mulher e ativa participante. Acho que ela preenche todos os requisitos.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa informa ao Ver. Jocelin Azambuja que a Lei não exige que seja mulher
para representar a Câmara no Conselho de Desenvolvimento da Mulher.
O SR. RAUL
CARRION (Questão de Ordem): Sr. Presidente o art. 35 diz o seguinte: “Compete às
Comissões Permanentes, em razão da matéria de sua competência, e às demais
Comissões, no que lhes for aplicável: (...) XIV - indicar o representante
(...)”.
No meu entendimento, essa indicação deve ser
da Comissão, não somente do seu Presidente. Eu não fui consultado, não foi
discutido na Comissão. Consultei o Ver. Décio Schauren, o Ver. Dilamar Machado,
a Comissão não discutiu essa indicação. Nada contra essa funcionária, mas pela
importância do Conselho dos Direitos da Mulher, penso que isso deve ser trazido
à Comissão de Educação numa reunião e a Comissão indicar. É o que o Regimento
determina.
O SR.
PRESIDENTE:
Esta Presidência não vai determinar isso. Essa é matéria interna, V. Exa.
resolva no âmbito da Comissão.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h44min.)
O SR. PRESIDENTE
(às 16h47min): Estão reabertos os trabalhos.
A SRA. HELENA
BONUMÁ (Questão de Ordem): Gostaria de saber por que motivo é a Comissão de Educação quem faz a
indicação, uma vez que os direitos da mulher caberia mais à Comissão de
Direitos Humanos e Cidadania tratar, porque, historicamente, ela tem feito
isso: tratando da discriminação da mulher.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Levanto a mesma indagação da Vera.. Helena Bonumá:
pela leitura que V. Exa. fez dos textos legais que presidem a matéria, só não
fiz a solicitação de esclarecimento anteriormente porque estava sendo discutida
a matéria sob outra ótica. Parece-me que não está muito claro qual a Comissão
Competente para formular esta indicação.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, apenas para esclarecer, este
Vereador somente cumpriu aquilo que V. Exa. determinou. Pediu o assessoramento
e esclarecimento do setor competente e recebeu esta orientação e assim foi
encaminhado; não procurei - e é bom que o Ver. Raul Carrion saiba que ninguém
está gerindo os trabalhos da Comissão de maneira imperiosa -, mas consultei o
Setor de Comissões e foi-me dito que indicasse alguém e pronto, vai a Plenário.
A nossa intenção não foi a de passar por cima de nenhum colega Vereador, mas só
cumprimos o que nos foi determinado.
Por outro lado, recebido pela Comissão de
Educação e Cultura da Casa - a questão que a Vera. Helena Bonumá levanta,
quanto à competência de Comissão A, B ou C não nos compete examinar.
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa informa que esta decisão não foi do Presidente da Casa, de remeter à
Comissão de Educação, nem V. Exa. pediu para que lá fosse. A Mesa informa a V.
Exas. que na folha 9 do processo, consta o despacho da Chefe de Seção
Legislativa Substituta, que determina o encaminhamento, conforme despacho. A
Mesa não vai aceitar qualquer insinuação dessa natureza, Ver. José Valdir, e
está apenas fazendo as referências àquilo que consta nos autos. A Mesa não se
exime de qualquer responsabilidade, talvez até lamenta que este processo só
tenha chegado a esta Presidência agora, no momento da votação. E não se
eximindo de qualquer responsabilidade, com as manifestações da Vera. Helena
Bonumá e do Ver. Reginaldo Pujol, retira o processo da Pauta de Votação e
encaminha à Procuradoria da Casa para dizer qual a Comissão ou Comissões
competentes que devem fazer a indicação.
O SR. NEREU
D’ÁVILA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu pediria que também fosse dirimida a Questão de
Ordem do nobre Ver. Dilamar Machado, que V. Exa. não referiu, a questão da
cedência.
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa aceita a excelente colaboração do Ver. Nereu D’Ávila, Líder da bancada
do PDT, e manda juntar as notas taquigráficas aos autos do presente
Requerimento para que sobre isto também se manifeste a Procuradoria.
O SR. RAUL
CARRION (Questão de Ordem): Sr. Presidente, quero dizer que me parece que esta solução encaminhada
é boa, mas quero acrescentar o terceiro aspecto, que dirima se é o Presidente
ou se é a Comissão que indica. Primeiro tem que ver qual a Comissão, segundo,
se é o Presidente ou toda a Comissão que tem que indicar este nome. Para mim o
Regimento é claro que é a Comissão e não o Presidente.
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa lembra a V. Exas. e sobretudo ao Vereador indagante que, no âmbito da
Comissão, os membros da Comissão são soberanos até para destituir o Presidente,
em tese. O que seria uma injustiça, porque temos, na Comissão de Educação, um
brilhante Presidente. Mas esse elemento das notas taquigráficas será também
incluído na solicitação do Parecer da Procuradoria.
Sobre a mesa, Requerimento, de autoria da
Vera. Helena Bonumá, que solicita que seja tornado sem efeito o Requerimento de
Licença para Tratamento de Interesse Particular, no dia 18 de outubro, ao mesmo
tempo em que requer Licença para Tratamento de Saúde para aquele período. A
Mesa esclarece a V. Exas. o seguinte: este Requerimento veio diretamente ao
Presidente. Entendendo que quem votou foi o Plenário só ele poderia desmanchar
a licença. A Vera.. Helena Bonumá tinha feito um Requerimento de Licença para
Tratamento de Interesse Particular e, esta Presidência votou, muito embora
acoplado a esta licença houvesse um atestado médico. Mas a Mesa não pode
colocar em votação e deliberar sobre algo que não está requerido. Agora, a
Vera.. Helena Bonumá pede que se desmanche o pedido de Licença para Interesses
Particulares e que se transforme em Licença para Tratamento de Saúde. Com a
palavra o soberano Plenário para deliberar. Se é encaminhamento normal e
ordinariamente, é da tribuna da Câmara.
O SR. DILAMAR
MACHADO (Esclarecimento): Sr. Presidente, acho que o senhor não precisaria perder o seu tempo
dando essa aula aos seus colegas Vereadores. Todos que estão aqui sabem o que
estão fazendo. É o esclarecimento que quero fazer.
O SR.
PRESIDENTE:
Vereador, é que infelizmente por muitas vezes a Mesa tem concedido
esclarecimentos e há alguns minutos aconteceu isso, e os Requerimentos têm se
prestado para esclarecimentos, por isso ela fez esse apelo, para que não se
repetisse, para que observássemos o Requerimento.
O Ver. Dilamar Machado está com a palavra.
O SR. DILAMAR
MACHADO (Esclarecimento): Sr. Presidente, a Licença para Tratamento de Assuntos Particulares é
votada pelo Plenário. A Vereadora entrou com o pedido, foi votado, aprovado. E
o esclarecimento que quero de V. Exa. é: de quantos dias foi a licença, se de
um dia só ou mais. E, em segundo lugar, se este Plenário precisa se manifestar
com relação à Licença para Tratamento de Saúde. Se não precisa, como
efetivamente não precisa, o assunto não pode ser trazido a Plenário. É uma
decisão que V. Exa. como Presidente soberano da Casa deve tomar.
O SR.
PRESIDENTE: Passarei
a ler o Requerimento da Vera. Helena Bonumá: “Ilmo. Sr. Presidente, Ver. Isaac
Ainhorn. A Vereadora que abaixo subscreve solicita a V. Exa. que seja tornado
sem efeito o Requerimento solicitando Licença para Tratamento de Interesse
Particular na Sessão do dia 18 de outubro, entregue por engano juntamente com
atestado médico, e solicita a V. Exa. nos termos do artigo 218, inciso I do
Regimento da Casa, Licença para Tratamento de Saúde encontrando-se, portanto,
impossibilitada de assumir a titularidade nesta Câmara na data de 18 de outubro
conforme atestado médico”.
O SR. EDI
MORELLI (Esclarecimento): Sr. Presidente, solicito o esclarecimento de que se na oportunidade, no
dia 18, a Vera. Helena Bonumá foi substituída pelo suplente.
O SR.
PRESIDENTE: Sim,
foi substituída. Assumiu em seu lugar o Ver. Darci Campani.
Com a palavra o Ver. João Dib.
O SR. JOÃO DIB
(Esclarecimento): Sr. Presidente, para ajudar a resolver o problema que me parece
absolutamente simples, quero lembrar que o Presidente no momento em que colocou
em votação o Requerimento para tratamento de interesse particular, dizia com
toda a lisura que junto havia um atestado de saúde, mas que como o texto dizia,
só tinha que votar aquilo. Por isso acho que o Plenário deve desfazer o ato, já
que não tem outra maneira.
O SR.
PRESIDENTE: Foi
esse o entendimento, e como é simples, submeti. Como quem concedeu a licença
foi o Plenário, a Vereadora requer agora a desconstituição do ato. Quem
constituiu deve desconstituir.
O SR.
REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Há uma dificuldade de ordem legal e jurídica para
ser superada, porque o ato que se pretende ver desconstituído já produziu
efeitos, e o principal foi ter assumido um Vereador que votou, deliberou sobre
matérias e que se for desconstituído o ato anterior, ou seja, o que concedeu a
licença à Vera. Helena Bonumá, estaremos anulando um ato que produziu efeitos e
que gerou outros tantos efeitos.
O SR.
PRESIDENTE:
Eu estou tendo cuidado com relação a esta matéria, porque tanto em Licença para
Tratamento de Interesse como para Licença de Saúde haveria a desginação de
Vereador. Estou tendo cuidado para evitar um ato irregular junto ao ordenamento
jurídico e amanhã ter glosado esse valor em uma auditoria do Tribunal de
Contas. E justamente transformar, desconstituir, a Licença de Tratamento de
Interesse que foi votada. Por isso este Vereador preferiu ouvir o Plenário,
porque é soberano. A Licença para Tratamento de Saúde não precisa ser votada,
apenas a desconstituição do ato que é a Licença para Tratamento de Interesse
Particular.
Está com a palavra o Ver. Raul Carrion para
encaminhar.
O SR. RAUL
CARRION:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, penso que a questão é simples: esteja a
Vereadora licenciada para Tratamento de Saúde ou para Tratamento de Interesse
Particular assumiria o suplente, votaria, etc. Isso não importa. Em segundo
lugar, foi claro o Sr. Presidente naquela ocasião quando comunicou que tinha em
mãos um atestado do médico da Vera. Helena Bonumá e que existia ao mesmo tempo,
um Requerimento onde ela pedia Licença por Interesse Particular. Havia uma
contradição: “eu vou ignorar o pedido de afastamento para Tratamento de Saúde e
vou votar o Requerimento que solicita afastamento para Tratamento de Interesse
Pessoal”, afirmou na ocasião o Sr. Presidente. Parece-me que no preenchimento
do Requerimento houve um erro. A Vereadora já havia anexado o atestado de
saúde, e agora comunica que houve um equívoco no Requerimento e pede que o
Requerimento seja ignorado e que seja considerado apenas o atestado que naquele
dia ela havia encaminhado. O atestado médico inclusive dispensaria a votação
por parte deste Plenário.
Então, a Casa, com a correta precaução do Sr.
Presidente, invalida aquele Requerimento que abrigava uma falha. É esse o
encaminhamento do PC do B. Muito obrigado.
(Revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Dilamar Machado foi muito feliz na sua
colocação. Ocorre a seguinte situação para a qual quero que todos atentem.
Dizia o Ver. Dilamar Machado, com muita propriedade, que esse assunto teria que
encontrar solução na Mesa, caso contrário estaríamos provocando uma
manifestação do Plenário que nulificaria a decisão anterior, pela qual não
tenho o que me arrepender. Foi submetido a mim e aos demais pares um
Requerimento em que uma colega pedia Licença para Tratar de Interesse
Particular. Essa decisão tenho condições de tomar e votei favoravelmente a que
fosse concedida essa licença. Agora se diz que houve um equívoco no
encaminhamento do Processo desde o seu nascedouro.
Só há um caminho, Sr. Presidente: ou se
decreta a nulidade do ato que colocou a matéria em votação ou não há como se
falar em desconstituição de um ato do Plenário que foi rigorosamente correto.
Diante de um Requerimento que lhe foi colocado à apreciação, o Plenário só
tinha duas deliberações: conceder ou não a licença. Como é a tradição,
concedeu-se a licença, esta produziu efeitos, a imediata substituição do
Vereador licenciado por seu suplente imediato, o que também ocorreria no caso
de Licença por motivo de Saúde. Mas isso não foi colocado para o Plenário, o
que foi colocado foi Licença para Tratar de Interesses Particulares. O ato do
Plenário, enquanto colegiado deliberativo, não tem o que ser modificado,
repetidas as condições, votaríamos da mesma forma. Se a matéria não nos foi
encaminhada adequadamente, não nos cabe corrigir um erro que não temos causa,
se é que erro existe. Se é que existe foi ocasionado em outras instâncias. Não
nos cabe alterar uma decisão que diante do quadro que nos foi colocado era a
correta. Se foi mal formulado, se houve equívoco, que já foi reconhecido da
tribuna, o saneamento dessa situação se dá em outra instância, como bem
acentuou o Ver. Dilamar Machado. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT (Esclarecimento): Sr. Presidente, sem entrar no mérito da questão,
esse pedido de licença se refere a que data?
O SR.
PRESIDENTE:
Dezoito de outubro.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Sr. Presidente, depois me inscrevo para encaminhamento e justifico as
indagações que estou fazendo. No Processo já existe uma posição da Auditoria da
Casa sobre o assunto?
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa esclarece que, quando esse assunto veio ao Presidente, ele chamou a
Procuradoria e a consultou, porque não houve equívoco do Presidente nem do
Plenário. Este Presidente recebeu um Requerimento que pedia Licença para
Tratamento de Interesse Particular. Sendo assim, compete ao Plenário deliberar.
O Requerimento foi colocado em votação, ainda fiz um apelo para que as
assessorias de Bancadas tivessem cuidado - isso está nos Anais da Casa - na
elaboração dos Requerimentos, porque naquele se observava que havia um erro mas
não competia à Mesa corrigi-lo. Junto ao Requerimento que pedia Licença para
Tratamento de Interesse Particular estava um atestado médico para o mesmo dia.
A Mesa comunicou o problema e fez um apelo às
assessorias e Lideranças para que escoimassem de eventuais vícios os documentos
encaminhados à Mesa. Foi votado o Requerimento para Tratamento de Interesse e
aprovado. Foi dado posse ao Vereador suplente e depois a Vereadora entrou com
um pedido para que fosse transformada a LTI em LTS. Neste momento o Presidente
chamou a Procuradoria da Casa e, numa consulta verbal, ela informou que como
quem constituiu o ato foi o Plenário da Casa, ao Plenário cumpria desconstituir.
Esta Presidência procurou se conduzir numa linha de natureza legalista, embora
a matéria seja de pequena repercussão. Lamento que, neste momento, a prezada e
nobre Vera. Helena Bonumá não esteja aqui para os esclarecimentos necessários.
Passo a palavra para o Ver. Antonio
Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT (Questão de Ordem): Esclarecido, Sr. Presidente, faço uma Questão de
Ordem. No ano em que presidi esta Casa, aprendi que nós, Presidentes, apesar de
nossa eventual autonomia, somos obrigados a responder junto ao Tribunal de
Contas do Estado sobre os atos que também são praticados pelo Plenário, quando
somos eximidos eventualmente, de responsabilidade ou de equívocos, se houver
uma orientação específica e jurídica que cabe, exatamente, à Auditoria ou Procuradoria
da Casa.
Então eu queria requerer, dentro desta
Questão de Ordem, por garantia ao Presidente da Casa e da Vereadora, para que
não se tenha problemas depois, tendo em vista que não foi mencionada a
conseqüência da situação. Esta conseqüência é que a troca não é uma simples
troca, a troca significa o pagamento de uma diária a mais e isso tem
repercussão no exame do Tribunal de Contas que poderá repercutir na Vereadora
no momento em que ela não será mais Vereadora nesta Casa ou sobre o Presidente
da Casa. Na minha Questão de Ordem, requereria que V. Exa. solicitasse que a
Auditora colocasse essa orientação, por escrito, no Processo e, portanto, não
se votasse, neste momento e depois, com a posição da Auditora, então o Plenário
tomasse a decisão. Na verdade, entendo a linha do Ver. Reginaldo Pujol, e temos
que avançar no encaminhamento, que a Casa não cometeu nenhum equívoco para
desconstituir ou anular; estamos, de maneira prática, impedidos de fazer. É
evidente que é justo. O cuidado básico nosso é de ter a posição da Auditoria e
depois, então, o Plenário, com tranqüilidade, poderá fazer o encaminhamento à
decisão da mesma.
O SR.
PRESIDENTE:
Concordo com a cautela de V. Exa. em ouvir a Procuradoria da Casa, inclusive
vamos tomar essa medida, mas não concordo com a avaliação final da sua
argumentação, mas a respeito. Quem constituiu a LTI foi o Plenário da Casa,
Vereador. Não errou este Presidente. O Requerimento foi votado e, para ter uma
mudança de perfil, tem que ter embasamento. Para apregoar a Licença para
Tratamento de Saúde, que independe de votação, tenho que desconstituir a LTI,
mas não foi este Presidente que constituiu a LTI, foi o Plenário.
O SR. WILTON
ARAÚJO (Questão de Ordem): Gostaria de saber se a própria Vereadora firmou o Requerimento ou se
foi através de Lideranças, o Requerimento original, inicial, de pedido de
tratamento de interesses.
O SR.
PRESIDENTE:
Primeira medida minha foi encaminhar à DL para a juntada da documentação
referente ao caso.
Foi juntado o Requerimento e a posse do suplente.
Inclusive esta Presidência solicita que as notas taquigráficas sejam incluídas
nos autos. A Mesa agradece a V. Exa. e junto com as notas taquigráficas,
remeta-se à Procuradoria.
(Obs.: Foram aprovados os demais
Requerimentos, conforme consta da Ata.)
O SR.
GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Sr. Presidente, gostaria de requerer a V. Exa. a
seguinte ordem de votação dos processos: fls, 8, 10, 23, 26, 27, 28, 29, 17,
voltando-se, daí, à ordem original.
O SR.
PRESIDENTE:
Juntaria a esse um Requerimento do Ver. Artur Zanella, que solicita que o
processo de fl. 7 seja o último a ser votado.
Em votação o Requerimento do Ver. Guilherme
Barbosa. (Após a chamada.) Dez votos SIM,
03 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO. Não há quórum para a
votação.
(Encerra-se a Sessão às 17h27min.)
* * * * *